domingo, 8 de agosto de 2010

Disputas internas podem custar caro para a Red Bull



O que vem acontecendo na Red Bull, nesta temporada, é fato que aconteceu em outras ocasiões na Fórmula 1, na qual as disputas entre companheiros de equipe custaram títulos, principalmente no campeonato de pilotos.

A Williams passou por essa situação duas vezes. Em 1981 e 1986, mesmo conquistando o caneco entre as escuderias, o time de Grove não levou entre os compedidores. Nelson Piquet, correndo pela Brabham em 1981, aproveitou-se da briga envolvendo Alan Jones e Carlos Reutemann e saiu campeão, passando pela mesma situação cinco anos depois, novamente na associação dirigida por Frank Williams, desta vez com o brasileiro e o britânico Nigel Mansell, favorecido pela equipe. Assim, Alain Prost, correndo pela McLaren, foi o beneficiado, faturando o segundo dos quatro títulos que conquistou na Fórmula 1.

Em 2007, foi a vez da equipe de Woking ver o título ficar nas mãos da concorrência. O espanhol Fernando Alonso, com o status de campeão mundial, teve que disputar a atenção da equipe com o então estreante Lewis Hamilton. No fim, Kimi Raikkonen, que tinha defendido a McLaren até o ano anterior, foi para a rival Ferrari e ganhou o troféu no Brasil, tirando uma desvantagem considerável nas duas corridas finais, ganhando de Alonso e Hamilton por apenas um ponto.


Neste ano, a Red Bull, com o carro mais rápido do grid, vem conquistando poles e voltas mais rápidas, mas não vem traduzindo a mesma superioridade na tabela de classificação. Dois incidentes ascenderam o sinal de alerta na escuderia comandada pelo milionário austríaco Dietrich Mateschitz. A primeira foi na Turquia, quando Sebastian Vettel colidiu com Mark Webber quando tentava passar o companheiro, abandonando a disputa e rebaixando o austríaco ao 3º lugar, dando a vitória de presente para Lewis Hamilton e Jenson Button, da McLaren. Na Inglaterra, mais polêmica. Na largada, Vettel teve um pneu furado e acusou o colega de causar o estrago, comprometendo a corrida do piloto alemão, enquanto o australiano, após vencer a etapa, proferiu a frase “nothing badly for second driver”, em português, “nada mal para um segundo piloto”, reclamando dos benefícios concedidos ao companheiro durante os treinos de classificação, no dia anterior.

Os touros vermelhos têm uma grande vantagem em relação aos adversários neste ano, mas os incidentes caseiros trazem na cabeça dos espectadores e torcedores o famoso “já vi esse filme antes”, podendo jogar pela janela uma conquista provável por causa também da falta de comando dos dirigentes, não impondo os limites necessários nas disputas internas.

Leia também:
Blog Fórmula 1 (Tomás Motta): Disputas internas podem custar caro para a Red Bull

2 comentários:

  1. A F1 é um esporte, todos estão lá para vencer. Em 88 e 89, Senna e Prost brigaram pelo título entre si e levaram. Não é regra que se dois companheiros brigarem vão deixar o campeonato cair no colo dos outros. Isso acontece caso a disputa ultrapasse limites. O que aconteceu nos casos citados acima, e vem acontecendo com a Red Bull. A RB pode perder sim o campeonato, mas se perder não é por causa da briga. Apenas em uma corrida houve um incidente claro que atrapalhou isso, que foi o GP da Turquia, com o erro de Vettel. O carro é superior, e nas duas próximas provas pode ficar bem acima das demais, e a conversa vai ser outra, se alguém pega a Red Bull, o que já escrevi no meu blog. Abraço, bom post!

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  2. As temporadas de 1987, com Mansell e Piquet, na Williams, e em 1988 e 1989, com Prost e Senna, na McLaren, são casos a parte. Em 1987, McLaren, Lotus e Ferrari não tinham equipamento capaz de disputar com o time de Grove. Conseguiam, em algumas corridas, competir em igualdade, mas não durante toda a disputa.

    Em 1988 e 1989, a McLaren construiu dois carros extremamente superiores a concorrência, não oferecendo chances aos adversários. Assim, a escuderia de Woking não correu riscos de jogar pela janela os títulos de pilotos e construtores.

    As disputas de equipe sempre acontecem e não será a última vez. Ainda veremos muitas.

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