domingo, 25 de maio de 2014

Nico Rosberg vence em Mônaco

Competidor alemão retoma a liderança em mais uma corrida dominada pela Mercedes

Liderando desde a primeira curva, Rosberg manteve a dianteira durante toda a disputa, a frente do companheiro de equipe, o britânico Lewis Hamilton.

Entre Ferrari e Red Bull, houve disputa até Kimi Raikkonen fazer uma segunda passagem pelos boxes, caindo para o pelotão intermediário. Para o finlandês, ainda coube a volta mais rápida, mas teve que voltar aos boxes para trocar o bico da Ferrari danificado, quando tentou superar o dinamarquês Kevin Magnussen, da McLaren, beneficiando Felipe Massa, que subiu para a 7ª posição. Daniel Ricciardo subiu para a 3ª colocação, ficando a frente do espanhol Fernando Alonso, ganhando o 4º posto. Nas voltas finais, Ricciardo quase superou Hamilton, mas ficou com o último lugar no pódio, deixando o time austríaco na vice-liderança entre as equipes.

Nico Hulkenberg, aproveitando-se dos problemas dos adversários, novamente pontou, chegando em 5º lugar, segurando a pressão de Jenson Button nas voltas finais. Depois de três corridas sem pontuar, a McLaren voltou a somar pontos em Mônaco, mas ainda segue muito mal na classificação. Magnussen ainda somou um ponto.

Pela primeira vez, desde que estreou em 2010, a Marussia conseguiu levar um carro aos pontos, com o 9º lugar de Jules Bianchi. Mesmo em um fim-de-semana difícil, Romain Grosjean ainda terminou a corrida com a 8ª colocação, aproveitando-se dos problemas dos adversários.

A corrida foi bem disputada, tanto entre os carros da Mercedes, como nos outros pelotões, tendo algumas ultrapassagens e boas brigas de posições, e algumas batidas, que serão investigadas após a corrida.

Resultados:
Pole: Nico Rosberg, Mercedes
Melhor Volta: Kimi Raikkonen, Ferrari

Corrida:
1º) Nico Rosberg, Mercedes
2º) Lewis Hamilton, Mercedes
3º) Daniel Ricciardo, Red Bull Renault
4º) Fernando Alonso, Ferrari
5º) Nico Hulkenberg, Force India Mercedes
6º) Jenson Button, McLaren Mercedes
7º) Felipe Massa, Williams Mercedes
8º) Romain Grosjean, Lotus Renault
9º) Jules Bianchi, Marussia Ferrari
10º) Kevin Magnussen, McLaren Mercedes

Classificação

Mundial de Pilotos
1º) Nico Rosberg, 122 pontos
2º) Lewis Hamilton, 118 pontos
3º) Fernando Alonso, 61 pontos
4º) Daniel Ricciardo, 54 pontos
5º) Nico Hulkenberg, 47 pontos
6º) Sebastian Vettel, 45 pontos
7º) Valtteri Bottas, 34 pontos
8º) Jenson Button, 31 pontos
9º) Kevin Magnussen, 21 pontos
10º) Sergio Perez, 20 pontos
11º) Felipe Massa, 18 pontos
12º) Kimi Raikkonen, 17 pontos
13º) Romain Grosjean, 8 pontos
14º) Jean-Eric Vergne, 4 pontos
15º) Daniil Kvyat, 4 pontos
16º) Jules Bianchi, 2 pontos

Mundial de Construtores
1º) Mercedes, 240 pontos
2º) Red Bull Renault, 99 pontos
3º) Ferrari, 78 pontos
4º) Force India Mercedes, 67 pontos
5º) McLaren Mercedes, 52 pontos
6º) Williams Mercedes, 52 pontos
7º) Lotus Renault, 8 pontos
8º) Toro Rosso Renault, 8 pontos
9º) Marussia Ferrari, 2 pontos

domingo, 11 de maio de 2014

Especial Ayrton Senna: Parte 4

A consagração e o sonho interrompido

Diferente da Lotus, a McLaren possuía uma estrutura mais forte e tinha condições de oferecer a Senna um equipamento capaz de disputar o título mundial. Mas o brasileiro teve ao seu lado, o francês Alain Prost, que tinha dois títulos. Sem concorrência de outras escuderias, ambos largaram na frente em 15 das 16 corridas e também ganharam 15 vezes, perdendo apenas na Itália, quando Senna bateu com o francês Jean-Louis Schlesser, que substituiu Nigel Mansell na Williams. A equipe de Grove perdeu os motores Honda e utilizou os propulsores da Judd, e Nelson Piquet, campeão um ano antes, levou o número 1 para a Lotus, mas ambos não tiveram uma boa temporada. Piquet ficou em 6º lugar, enquanto Mansell completou apenas duas corridas, sendo 2º colocado na Inglaterra e na Espanha. Gerhard Berger, correndo na Ferrari, foi pole na Inglaterra e venceu na Itália, fazendo dobradinha com Michele Alboreto, que deixou a escuderia de Maranello no final de 1988, e o belga Thierry Boutsen, 4º colocado, obtiveram algum destaque na disputa polarizada entre os carros de Woking. Senna, mesmo somando menos pontos que Prost no total, contou com os descartes para conquistar a taça no Japão, recuperando-se de problemas na largada para vencer em solo nipônico, penúltima etapa do certame.

Para 1989, começou de vez a maior rivalidade já vista na Fórmula 1. Após um acordo, Senna passou Prost logo após a largada, em San Marino, gerando diversas desavenças entre ambos ao longo da temporada. Com quatro vitórias, contra seis de Ayrton, o francês garantiu o título no Japão, após uma polêmica batida entre ambos nas voltas finais. Prost abandonou a corrida, enquanto o brasileiro ainda conseguiu ultrapassar a Benetton de Alessandro Nannini e cruzar a linha de chegada na frente, mas foi desclassificado, pois o regulamento não permitia cortar a última chicane.

Com a transferência de Alain Prost para a Ferrari, Gerhard Berger passou a ser companheiro de equipe de Senna, tornando-se um dos maiores amigos do brasileiro fora das pistas. Com uma campanha mais regular, Ayrton venceu a disputa, novamente contra o francês, e em mais uma decisão polêmica. Desta vez, o piloto da McLaren atingiu a Ferrari na primeira curva, tirando ambos da corrida. Com seis vitórias, e 78 pontos, o brasileiro garantiu o título pela segunda vez.

Em 1991, a Williams, equipada com os motores Renault, passou a ter o melhor carro. Enquanto os carros de Frank Williams enfrentavam problemas nas primeiras etapas, Ayrton Senna aproveitou para ganhar as quatro primeiras corridas do ano, garantindo a vantagem que ajudou a ganhar o campeonato no fim da temporada. Contando com um inspirado Nigel Mansell e com atuações sólidas do italiano Riccardo Patrese, o time de Grove iniciou uma grande reação antes da metade da disputa, dando muito trabalho para o brasileiro, que passou a administrar a diferença construída no início. Novamente o título veio no Japão, após um erro do britânico no início da corrida, vencida pelo companheiro de Senna, ao austríaco Berger. Nelson Piquet, correndo pela Benetton, deixou a Fórmula 1 naquele ano, vencendo no Canadá, após Mansell parar na volta final, e Prost deixou a Ferrari após inúmeras divergências com a cúpula italiana. Também estrearam na categoria, dois futuros campeões: Mika Hakkinen, pela Lotus, e Michael Schumacher, pela Jordan. Schumacher, na Itália, foi para o lugar de Roberto Moreno, na Benetton, e competiu ao lado de Piquet as últimas cinco corridas, mostrando bons desempenhos.

A supremacia da Williams demonstrada um ano antes, tornou-se domínio em 1992. Senna ainda fez uma pole no Canadá, enquanto Berger venceu a corrida. Com um carro contando com suspensão ativa e dispositivos eletrônicos bem entrosados com o carro, Mansell venceu facilmente o campeonato. Em Mônaco, aproveitando-se de um problema com Nigel, Senna segurou a pressão do inglês nas voltas finais, vencendo no principado. O brasileiro ainda venceu na Hungria e na Itália, enquanto Michael Schumacher superou os carros de Grove na Bélgica, vencendo a primeira na Fórmula 1. Os carros de Frank Williams passaram a ser bem disputados, e Alain Prost acertou para 1993, vetando a participação do brasileiro no time, buscando evitar novos atritos internos. A McLaren conseguiu manter Senna, mas perdeu Gerhard Berger, que foi correr ao lado de Jean Alesi na Ferrari.

Correndo boa parte do ano ao lado de Michael Andretti e as três últimas corridas tendo Mika Hakkinen em seu último ano pela escuderia comandada por Ron Dennis, Senna deu um show de pilotagem ao longo da temporada. As cinco vitórias no campeonato, e o 2º lugar entre os pilotos, chegando a liderar no começo do ano, credenciaram ao brasileiro um lugar na Williams, lugar que almejava desde 1991. Em Donington, ultrapassou Michael Schumacher, Karl Wendlinger, Damon Hill e Alain Prost, na primeira volta, em corrida disputada sob chuva. Assim como Senna, Schumacher também mostrou bastante competitividade, com ambos dando muito trabalho aos pilotos da Williams, ficando em 4º lugar e vencendo em Portugal, segurando a pressão de Prost, na corrida que assegurou ao francês o tetracampeonato. Com mais um título na conta, Alain anunciou a aposentadoria no circuito da Fórmula 1, deixando o caminho livre para Senna ingressar na equipe de Sir Frank.

Mas os dispositivos eletrônicos, grande trunfo da Williams, como suspensão ativa e controle de tração, foram excluídos para 1994, tornando os carros instáveis. Senna continuou mostrando velocidade, mas teria que acertar o carro, que não mostrou a mesma estabilidade, ao contrário da Benetton, que conseguiu dar a Schumacher um equipamento melhor acertado. Mesmo sem pontuar nas três etapas que disputou, Ayrton ainda conseguiu largar na frente sempre que alinhou para o grid na última temporada que competiu. Depois de abandonar no Brasil e bater com a Ferrari de Nicola Larini, em Aida, saiu sem pontos, enquanto o competidor alemão obteve duas vitórias. Precisando da recuperação em San Marino, o brasileiro garantiu a pole novamente, mas o final de semana foi marcado por tragédias. Rubens Barrichello escapou nos treinos, e o austríaco Roland Ratzenberger perdeu a vida no dia seguinte, deixando os pilotos preocupados com a sensação de insegurança. Logo na largada, a Lotus de Pedro Lamy atingiu o Benetton de Jirky Jarvi Lehto, provocando a intervenção do safety car. Após a relargada, Ayrton Senna chocou-se na Tamburello na sétima volta, sendo atingido pelo braço da suspensão, perfurando o cérebro do piloto, que perdeu a vida logo depois.

Com 41 vitórias, 65 poles e 19 voltas mais rápidas, Senna deixou uma grande legião de fãs, entre torcedores e colegas de trabalho. Após isso, as normas de segurança passaram a ser ainda mais rigorosas e nenhum outro piloto voltou a perder a vida no circuito da Fórmula 1, devido as melhorias feitas nos projetos dos carros.

Os resultados de Ayrton Senna

1988

Equipe: McLaren Honda

Classificação: Campeão, com 90 pontos (com os descartes)/94 (sem os descartes)

Vitórias: 8 (San Marino, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Bélgica e Japão)

Poles: 13 (Brasil, San Marino, Mônaco, México, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Hungria, Bélgica, Itália, Espanha, Japão e Austrália)

1989

Equipe: McLaren Honda

Classificação: Vice-campeão, com 60 pontos

Vitórias: 6 (San Marino, Mônaco, México, Alemanha, Bélgica e Espanha)

Poles: 13 (Brasil, San Marino, Mônaco, México, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Itália, Portugal, Espanha, Japão e Austrália)

1990

Equipe: McLaren Honda

Classificação: Campeão, com 78 pontos

Vitórias: 6 (Estados Unidos, Mônaco, Canadá, Alemanha, Bélgica e Itália)

Poles: 10 (Brasil, San Marino, Mônaco, Canadá, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Japão e Austrália)

1991

Equipe: McLaren Honda

Classificação: Campeão, com 96 pontos

Vitórias: 7 (Estados Unidos, Brasil, San Marino, Mônaco, Hungria, Bélgica e Austrália)

Poles: 8 (Estados Unidos, Brasil, San Marino, Mônaco, Hungria, Bélgica, Itália e Austrália)

1992

Equipe: McLaren Honda

Classificação: 4º lugar, com 50 pontos

Vitórias: 3 (Mônaco, Hungria e Itália)

Pole: 1 (Canadá)

1993

Equipe: McLaren Ford

Classificação: Vice-campeão, cm 73 pontos

Vitórias: 5 (Brasil, Europa, Mônaco, Japão e Austrália)

Pole: 1 (Austrália)

1994

Equipe: Williams Renault

Classificação: sem pontos

Poles: 3 (Brasil, Pacífico e San Marino)

Lewis Hamilton vence na Espanha

Britânico ganha em Barcelona e assume liderança no campeonato

A corrida catalã foi marcada por outro domínio da Mercedes, que voltou a ganhar facilmente. Nas últimas voltas, ainda houve uma aproximação de Nico Rosberg, mas Hamilton conseguiu manter a dianteira e cruzar a linha de chegada na frente.

A Red Bull vem se consolidando como a segunda força. Daniel Ricciardo chegou na mesma posição em que largou, o 3º lugar, a frente do companheiro de equipe, Sebastian Vettel, mesmo enfrentando problemas na classificação, recuperou-se na corrida, terminando na 4ª posição.

Outros destaques na Espanha foram o finlandês Valtteri Bottas, pela Williams, e o francês Romain Grosjean, da Lotus. Ambos foram muito bem nos treinos, e conseguiram um resultado positivo na corrida. O nórdico manteve-se na frente da dupla da Ferrari, com o 5º posto, enquanto Grosjean, mesmo sendo ultrapassado por Vettel e pelos carros de Maranello, ainda terminou na 8ª posição, garantindo os primeiros pontos na classificação. Fernando Alonso e Kimi Raikkonen tiveram um desempenho regular, dada a inferioridade dos carros ferraristas. Com uma passagem a mais pelos boxes, o asturiano chegou na parte final em melhores condições, e Alonso passou Kimi na penúltima volta.

Fechando a zona de pontuação, a Force India terminou com o mexicano Sergio Perez em 9º, e o alemão Nico Hulkenberg, em 10º. Felipe Massa voltou a enfrentar dificuldades, terminando na 13ª colocação, atrás da pior equipe do ano (novamente), a McLaren. A equipe de Woking continua piorando a cada corrida, passando longe dos líderes, sem dar a mínima chance aos pilotos de conseguirem um resultado promissor.

Resultados:
Pole: Lewis Hamilton, Mercedes
Melhor Volta: Sebastian Vettel, Red Bull Renault

Corrida:
1º) Lewis Hamilton, Mercedes
2º) Nico Rosberg, Mercedes
3º) Daniel Ricciardo, Red Bull Renault
4º) Sebastian Vettel, Red Bull Renault
5º) Valtteri Bottas, Williams Mercedes
6º) Fernando Alonso, Ferrari
7º) Kimi Raikkonen, Ferrari
8º) Romain Grosjean, Lotus Renault
9º) Sergio Perez, Force India Mercedes
10º) Nico Hulkenberg, Force India Mercedes

Classificação

Mundial de Pilotos
1º) Lewis Hamilton, 100 pontos
2º) Nico Rosberg, 97 pontos
3º) Fernando Alonso, 49 pontos
4º) Sebastian Vettel, 45 pontos
5º) Daniel Ricciardo, 39 pontos
6º) Nico Hulkenberg, 37 pontos
7º) Valtteri Bottas, 34 pontos
8º) Jenson Button, 23 pontos
9º) Kevin Magnussen, 20 pontos
10º) Sergio Perez, 20 pontos
11º) Kimi Raikkonen, 17 pontos
12º) Felipe Massa, 12 pontos
13º) Jean-Eric Vergne, 4 pontos
14º) Romain Grosjean, 4 pontos
15º) Daniil Kvyat, 4 pontos

Mundial de Construtores
1º) Mercedes, 197 pontos
2º) Red Bull Renault, 84 pontos
3º) Ferrari, 66 pontos
4º) Force India Mercedes, 57 pontos
5º) Williams Mercedes, 46 pontos
6º) McLaren Mercedes, 43 pontos
7º) Toro Rosso Renault, 8 pontos
8º) Lotus Renault, 4 pontos

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Especial Ayrton Senna: Parte 3

Os anos de Toleman e Lotus

Estreando por uma equipe modesta, a Toleman, que anos mais tarde foi adquirida pela Benetton e se tornou uma das principais escuderia da década seguinte, tinha naquele momento a estrutura ideal para Ayrton Senna ingressar na Fórmula 1. Na África do Sul, o pauslitano conseguiu somar os primeiros pontos, com o 6º posto em Kyalami, mas saiu do carro desgastado e com fortes dores, passando a investir no preparo físico, ponto fraco do competidor na época. Em Mônaco, depois de partir em 13º lugar, Senna ultrapassou pilotos como Keke Rosberg e Niki Lauda, alcançando a 2ª colocação, mas a disputa foi interrompida na 31ª volta, quando o diretor de prova paralisou a corrida, garantindo a vitória de Alain Prost, que, com isso, perdeu para Lauda por apenas meio ponto no fim da temporada, já que os pilotos somaram apenas metade dos pontos. Senna ainda conseguiu mais dois pódios, terminando as etapas da Inglaterra e de Portugal na 3ª posição, terminando o campeonato em 9º, com 13 pontos.

Para 1985, Senna foi para a Lotus, no lugar de Nigel Mansell, contratado pela Williams. Nos três anos no time inglês, foram três colegas diferentes. No primeiro ano, foi o mais concorrido, ao lado do italiano Elio de Angelis. Elio perdeu o posto de líder da equipe para o brasileiro. Ambos somaram 71 pontos, 38 de Senna, 4º colocado, somados aos 33 faturados por de Angelis, 5º colocado, ficando em 4º lugar entre as equipes. Foi o ano da primeira vitória e pole de Ayrton, no chuvoso Grande Prêmio de Portugal, mas o brasileiro ficou várias etapas sem pontuar, mas na metade do campeonato conseguiu melhorar de resultados, voltando a vencer na Bélgica. Senna começou a ganhar a fama de piloto mais rápido na classificação, garantindo sete poles ao longo do campeonato. Alain Prost, pela McLaren, ganhou o primeiro título, superando o italiano Michele Alboreto, da Ferrari.

Para 1986, Elio de Angelis foi para o lugar de Nelson Piquet, que havia acertado com a Williams. O escocês Johnny Dumfries passou a dividir os boxes da Lotus com Senna. Novamente várias poles, oito ao total, e mais duas vitórias, em Jerez, ganhando de Mansell por 14 milésimos, e em Detroit, quando passou a levantar a bandeira do Brasil nas voltas de comemoração, após a eliminação pelos franceses no México, virou marca registrada de Senna ao longo das vitórias que conquistou. Foi um dos campeonato mais disputados da história, mas Senna ficou fora quando terminou sem combustível em Portugal, vendo Prost ser bicampeão ao ganhar na Austrália, enquanto a Williams levou entre as equipes, mas perdeu entre os pilotos também por conta das disputas entre Piquet e Mansell. Na Hungria, Senna e Piquet travaram um duelo histórico, onde Nelson fez uma ultrapassagem por fora e superou o rival após quase derrapar e deixar a Williams na frente da Lotus, para vencer a disputa. Para 1987, a Honda passou a ser a fornecedora da Lotus e trouxe Satoru Nakajima para correr ao lado do brasileiro, e iniciou uma parceria vitoriosa entre Senna e a montadora japonesa. Depois de ter perdido a temporada anterior, a Williams, também com os propulsores nipônicos, levou Nelson Piquet ao tricampeonato, superando o inglês Nigel Mansell por 12 pontos. Senna conseguiu apenas uma pole, em San Marino, e venceu pela primeira vez em Mônaco, voltando a ganhar nos Estados Unidos, garantindo o 3º lugar entre os pilotos. Alain Prost foi o 4º colocado, sem repetir o desempenho da ano anterior. Porém, as brigas internas na escuderia de Grove, provocou uma troca da fabricante da terra do sol nascente para a McLaren, levando Ayrton Senna para o time de Ron Dennis.

Os resultados de Ayrton Senna

1984
Equipe: Toleman Hart
Classificação: 9º lugar, com 13 pontos
Melhor resultado: 2º lugar, em Mônaco

1985
Equipe: Lotus Renault
Classificação: 4º lugar, com 38 pontos
Vitórias: 2 (Portugal e Bélgica)
Poles: 7 (Portugal, San Marino, Mônaco, Estados Unidos, Itália, Europa e Austrália)

1986
Equipe: Lotus Renault
Classificação: 4º lugar, com 55 pontos
Vitórias: 2 (Espanha e Estados Unidos)
Poles: 8 (Brasil, Espanha, San Marino, Estados Unidos, França, Hungria, Portugal e México)

1987
Equipe: Lotus Honda
Classificação: 3º lugar, com 57 pontos
Vitórias: 2 (Mônaco e Estados Unidos)
Pole: 1 (San Marino)

domingo, 4 de maio de 2014

Especial Ayrton Senna: Parte 2

As categorias de base

Logo na primeira corrida de kart, por um sorteio, pegou o número 1, garantindo o primeiro lugar na largada, posição que conquistou diversas vezes nos treinos de classificação, na Fórmula 1. Senna liderou por boa parte da corrida, mas em um toque, acabou perdendo a liderança e a chance de vencer na primeira competição que participou.

Disputou os karts até os 21 anos, quando partiu para a Fórmula Ford inglesa. Pela principal categoria de base do automobilismo mundial, Ayrton ganhou os brasileiros e sul-americano nos anos de 1977, 1978 e 1980, perdendo o caneco em 1979 por conta de uma irregularidade no escapamento, sendo desclassificado e perdendo a vitória que garantiria a conquista daquele ano.

Nas competições internacionais, conheceu o adversário que mais admirou em todas as competições que disputou, o inglês Terry Fullerton. Mesmo com diversas vitórias, o mundial de kart foi um título que faltou ao currículo de Ayrton Senna.

Em 1981, chegou a competir algumas etapas pelo mundial de kart, mas deixou a disputa para competir na Fórmula Ford 1600, vencendo 12 das 20 corridas disputadas, sagrando-se campeão na temporada de estreia.

No ano seguindo, voltou a ser campeão, faturando a Fórmula Ford 2000 europeia, ganhando 22 das 27 corridas que foram disputadas.

Competindo pela Fórmula 3 inglesa, Ayrton Senna venceu as nove primeiras corridas e teve uma disputa intensa com o inglês Martin Brundle, que voltou a encontrar o brasileiro na Fórmula 1, ganhando 13 das 21 etapas do certame. Mostrando bons resultados, Senna testou pela primeira vez um carro da Williams, do campeão de 1982, Keke Rosberg, em Donington Park, pista que deu show 10 anos mais tarde. Andou também a bordo da McLaren, e fez contatos com a Brabham, mas assinou com a Toleman, para 1984.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Especial Ayrton Senna: Parte 1

Passados 20 anos após o fatídico fim-de-semana, que tirou as vidas do austríaco Roland Ratzenberger e do brasileiro Ayrton Senna, na etapa de Imola, válida pelo Grande Prêmio de San Marino, em 1994, nenhum piloto voltou a perder a vida na Fórmula 1.

O sonho de correr pela Williams, perseguido desde 1991, quando o paulistano ainda defendia as cores da rival McLaren, pela qual Ayrton ganhou os três títulos mundiais, não saiu como o esperado. Grande campeã nas duas temporadas anteriores, com Nigel Mansell e Alain Prost, com um carro dotado de suspensão ativa e dos motores Renault, a escuderia comandada por Frank Williams conseguiu derrubar a supremacia da McLaren, que trabalhou com a Honda entre 1988 e 1992, quando os japoneses deixaram a principal categoria do automobilismo mundial, voltando apenas oito anos depois. Sem os propulsores nipônicos, Ron Dennis acertou com a Ford, e contratou o norte-americano Michael Andretti, que disputou 13 corridas em 1993, dando lugar ao finlandês Mika Hakkinen, nas três últimas etapas do campeonato. Ayrton Senna ainda conseguiu três vitórias em 1992, mais cinco no campeonato seguinte, mantendo a equipe de Woking com o 2º posto entre os construtores, após disputas com a Benetton, já liderada pelo alemão Michael Schumacher, outro forte concorrente dos carros de Grove.

Mesmo com a troca da dupla Nigel Mansell e Riccardo Patrese, de 1992, para Alain Prost e Damon Hill, para o ano seguinte, a Williams manteve o domínio no certame, mesmo com Senna e Schumacher dando trabalho ao time de Sir Frank. Com a saída de Prost, Ayrton assumiu o lugar do francês para 1994, ano em que o brasileiro partiria em busca do 4º título mundial, assim como a seleção brasileira de futebol, que não ganhava uma Copa do Mundo desde 1970.

Por outro lado, as mudanças no regulamento, que aboliram os dispositivos eletrônicos, como controle de tração e suspensão ativa, além da gasolina especial, bem desenvolvidas pela equipe Williams, tiraram a vantagem dos ingleses. O carro continuava veloz, mas não tinha boa dirigibilidade, enquanto a Benetton conseguiu desenvolver um bólido melhor equilibrado, deixando Michael Schumacher em vantagem diante de Senna.

As duas vitórias do alemão, enquanto Senna acumulou dois abandonos, deixou uma situação desfavorável, e o brasileiro necessitava vencer na corrida seguinte, na pista em que somou mais poles na carreira, oito (de 1985 a 1991, e 1994).

Um Grande Prêmio para ser esquecido. Uma forte batida envolvendo Rubens Barrichello nos primeiros treinos de classificação foi o início da preocupação. Rubinho ficou fora da disputa na sexta-feira, voltando a atuar já na corrida seguinte, em Mônaco. No sábado, Ratzenberger perdeu a vida na curva Villeneuve, deixando os competidores preocupados. No domingo, o clima de insegurança, aliado a desvantagem no campeonato, deixaram Senna bastante aflito. Logo na largada, a Benetton de Jirky Jarvi Lehto, parado no grid, foi atingido pela Lotus de Pedro Lamy, provocando a intervenção do safety-car. Na sétima volta, liderando a corrida, a Williams de Senna passou reto na Tamburello, chocando-se contra o muro, soltando o braço da suspensão e atingido a cabeça do competidor, que veio a perder a vida horas depois.

Foi-se o campeão e entrou para história um mito, um ídolo que marcou época e deixa uma legião de fãs até os dias atuais.

A série será dividida em três partes: a primeira abordará os tempos do kart, a segunda, os anos de competição na Inglaterra e o primeiro teste em um carro de Fórmula 1, a terceira, os anos de Toleman e Lotus, quando começou a se destacar no certame, e a última, a consagração e o fim do sonho, resumindo os anos de McLaren e da Williams.