terça-feira, 31 de agosto de 2010

Reformas no sistema eleitoral

Parte 2: Sistema eleitoral

Voto obrigatório, reforma político-partidária, unificação das eleições e dos mandatos políticos foram temas citados nas entrevistas feitas em relação ao assunto. No Brasil, atualmente, as eleições ocorrem a cada dois anos. Em anos de Copa do Mundo, temos a escolha para presidente, governador, senador e deputados estaduais e federais, enquanto nos anos de Olimpíada, vamos às urnas para eleger prefeitos e vereadores.

Mandatos políticos

O deputado estadual Joares Ponticelli, do PP, disse que as eleições devem ser unificadas e realizadas a cada cinco anos, sem direito a reeleição nos cargos executivos, até pela qualidade da tecnologia brasileira, considerada pelo parlamentar a melhor do mundo. Para Ponticelli, o atual modelo prejudica as administrações, que perdem dois de quatro anos por causa das restrições na legislação eleitoral do país. Assim como o colega do legislativo, Décio Góes, do PT, analisa que o tempo de gestão deve ser revisto, devido ao desencontro dos mandatos, defendendo também uma eleição geral no país.

Ambos defendem a lista partidária, com financiamento público de campanha. De acordo com Ponticelli, isso fortalecerá as siglas, com os conteúdos programáticos melhor definidos, regulamentando melhor a questão da fidelidade partidária.

Reforma no sistema eleitoral

As principais discussões, neste ponto, foram as questões do voto obrigatório e a unificação das eleições. Muitos eleitores, desmotivados com os rumos tomados em razão de coligações entre partidos e os inúmeros casos de corrupção, atingindo as três esferas do poder executivo (federal, estadual e municipal), perderam o interesse em participar do processo eletivo.

O historiador Nelson Maurílio Coelho Junior afirma que é um absurdo um país democrático obrigar a população a votar. Para Nelson, a obrigatoriedade do voto tira qualquer responsabilidade dos governantes em investir na educação, conscientização ou ações do judiciário na punição aos representantes acusados por corrupção. Sérgio Luiz Ferreira, filósofo e historiador, vai de acordo com o colega, frisando que deve participar do processo eleitoral as pessoas interessadas. Thiago Quadros, profissional liberal, fala em mais rigor na fiscalização das campanhas políticas.

Por outro lado, o deputado Joares Ponticelli frisa que seria muito arriscado a instituição do voto optativo atualmente, defendendo primeiramente a implementação de reformas, como o fim das coligações proporcionais, a lista partidária, financiamento público de campanha, o fim da reeleição, considerado pelo parlamentar pepista, “um instituto falido”, destacando a eficiência da tecnologia brasileira, uma das melhores do mundo. Décio Góes considera o voto obrigatório um direito de cidadania, salientando o voto nulo como uma manifestação legítima das pessoas que não querem indicar um candidato político.

Mudanças propostas

Outro assunto abordado tem sido o projeto ficha limpa, proposto pelo deputado federal Paulo Bornhausen (Paulinho Bornhausen), do DEM, impedindo pessoas condenadas pela justiça ou processadas por corrupção de se candidatarem a cargos eletivos.

Nelson afirma que ainda existem muitas falhas, permitindo uma série de recursos, considerando um absurdo. Outro ponto destacado pelo historiador é o trabalho voluntário do parlamentar, como funciona na França, onde o vereador exerce as atividades políticas sem remuneração. Além disso, ele aborda que o Tribunal Eleitoral e o Ministério da Justiça deveria criar pré-requisitos no registro das candidaturas, impedindo que pessoas sem conhecimento e envolvidas em corrupção pudessem concorrer aos cargos eletivos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Reformas no sistema eleitoral

Parte 1: Partidos políticos

Com muitos partidos, com alguns defendendo as mesmas bandeiras, integrando distintas coligações, tem se discutido nos últimos anos uma mudança no sistema partidário. Samir Machado, advogado e cientista político, frisou que o eleitor perdeu a paixão partidária, como nos tempos de PSD (Partido Social Democrático), UDN (União Democrática Nacional) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), quando as pessoas votavam por visão ideológica. Samir destaca que as semelhanças nos programas, além da perda de identidade no ideário das siglas. Para Samir, as agremiações estão em propriedade de grupos que se “assenhoraram das siglas”, na qual os integrantes que quiserem concorrer aos cargos eletivos precisam “passar pelo crivo dessas pessoas”, disse. Ele ainda salienta que as pessoas não devem apenas criticar o poder público, mas também contribuir em melhorar o sistema.

O cientista social e jornalista Cláudio Prisco Paraíso afirma que deveria ser viabilizado, no Congresso Nacional, uma ampla reformulação partidária, com cerca de cinco ou seis agremiações representando o conjunto de ideias da sociedade, deixando de lado as inúmeras siglas, muitas de aluguel, que negociam tempo de televisão, espaços em governos para determinados grupos mais expressivos, o que tem desvirtuado a prática política e aumentando o desinteresse da opinião pública no assunto.

Para ambos, a falta de interesse do Congresso Nacional tem inviabilizado as mudanças. Samir citou que na constituinte 1988, até houveram discussões em torno da reforma eleitoral e político-partidária, destacando os modelos europeus e orientais como bons referenciais, no qual considera o Brasil atrasado nesse aspecto.

Reforma partidária

Durante boa parte do período político brasileiro, o eleitorado votava nas siglas, e não no candidato, como tem ocorrido com mais frequência nos últimos anos. Com alianças envolvendo agremiações com bandeiras ideológicas distintas, a discussão é em torno da função dos partidos, que perderam a identidade com o eleitorado, principalmente quando chegaram ao poder, como exemplos mais recentes o PMDB, oposição ao regime militar, e o PT, que antes de chegar ao Palácio do Planalto, em 2002, tendo como principais bandeiras a defesa da classe trabalhadora, a democracia socialista e o combate à corrupção. Para o cientista social e jornalista Sérgio Rubim, o Canga, as siglas estão cada vez mais fisiológicas, tendo uma legislação que permite os integrantes trocarem de partido a qualquer hora, como quem muda de roupa. Canga frisa que o principal problema é a falta de interesse em mudar o sistema, transformando a política no Brasil em negócio.

Ao encontro das ideias de Canga, Samir Machado fala que as propostas de mudança esbarram sempre nos mesmo grupos interessados em manter esse círculo vicioso, deixando as legendas não mãos dos caciques, tornando as agremiações propriedades de algumas famílias mais influentes. Sérgio Luiz Ferreira, filósofo e historiador, disse que esse é o principal problema dentro dos partidos é o coronelismo. Ele considera que o modelo atual de fidelidade partidária é um reforço no poder dos dirigentes das siglas, defendendo maior consistência nas associações para evitar as negociatas entre integrantes e líderes dos grupos políticos.

domingo, 29 de agosto de 2010

Lewis Hamilton vence e retoma liderança

Depois de quatro corridas, a McLaren voltou ao lugar mais alto do pódio em corrida bem movimentada.

Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorshamps, é sempre sinônimo de emoção e boas disputas, em razão das condições climática da região, onde chove em partes do circuito, enquanto outras estão secas. Durante a disputa, as chuvas vieram duas vezes. A primeira foi no começo da corrida, e, nas voltas finais, veio com mais força, dando emoção na luta pela vitória.

McLaren volta a liderar entre os pilotos

Enquanto Hamilton voltou à dianteira, Jenson Button perdeu a chance de completar a dobradinha do time de Woking ao ser abalroado por Sebastian Vettel, quando disputava com o alemão a vice-liderança. O piloto da Red Bull perdeu o controle do carro e atingiu a lateral do carro de Button.

Red Bull mantém liderança entre as equipes

Se a corrida de Sebastian Vettel foi tumultuada, a de Mark Webber foi sem grandes contratempos. O australiano, largando na pole, saiu mal e caiu para a 6ª colocação, mas com o incidente envolvendo o companheiro de equipe e Button, ganhou duas posições, e, nas trocas de pneus, ganhou o 2º lugar do polonês Robert Kubica.

Ferrari pontua, com Felipe Massa

Felipe Massa terminou em 4º lugar, em uma atuação regular, enquanto o colega de equipe Fernando Alonso teve a corrida prejudicada ao ser tocado por Barrichello ainda na volta inicial. O espanhol abandonou nas últimas voltas, após rodar e bater contra a proteção de pneus.

Robert Kubica competitivo

O polonês Robert Kubica, mais uma vez, voltou a ser destaque, andando entre os líderes. Na largada, superou Webber na primeira curva, mantendo-se em 2º por algumas voltas, sendo superado por Jenson Button e Sebastian Vettel, mas ambos colidiram, e o piloto da Renault voltou à vice-liderança, perdendo a posição para Webber após as trocas de pneus, terminando na 3ª colocação.

Force India e Mercedes pontuam

Mesmo tendo mais uma atuação apática nos treinos, além das punições de Nico Rosberg, que perdeu cinco colocações no grid por trocar a caixa de câmbio, e Michael Schumacher, punido em 10 posições pela manobra perigosa contra Rubens Barrichello na Hungria, fizeram uma prova de recuperação, e se aproveitaram das condições da pista, terminando em 6º, com Rosberg, e em 7º, com Schumacher. Outro carro competitivo em solo belga foi o da Force India, que quase venceu com Fisichella ano passado. Adrian Sutil foi o 5º colocado, chegando próximo de Felipe Massa.

Rubens Barrichello termina 300º Grande Prêmio sem pontos

A corrida de Rubinho foi breve neste fim-de-semana, terminando ainda na volta inicial. O competidor brasileiro perdeu o ponto de freada antes na curva que antecede a reta de chegada, atingindo a Ferrari e Fernando Alonso, danificando o Williams, encerrando a participação na disputa.

Di Grassi termina, mas Bruno Senna abandona

Enquanto Lucas di Grassi conseguiu terminar a uma volta de Lewis Hamilton, o vencedor da etapa, com o sofrível carro da Virgin, Bruno Senna desistiu ainda no começo.


Resultados:

Pole: Mark Webber, Red Bull Renault
M.V.: Lewis Hamilton, McLaren Mercedes

Corrida:
1º) Lewis Hamilton, McLaren Mercedes
2º) Mark Webber, Red Bull Renault
3º) Robert Kubica, Renault
4º) Felipe Massa, Ferrari
5º) Adrian Sutil, Force India Mercedes
6º) Nico Rosberg, Mercedes
7º) Michael Schumacher, Mercedes
8º) Kamui Kobayashi, Sauber Ferrari
9º) Vitaly Petrov, Renault
10º) Jaime Alguersuari, Toro Rosso Ferrari

Classificação:

Mundial de Pilotos
1º) Lewis Hamilton, 182 pontos
2º) Mark Webber, 179 pontos
3º) Sebastian Vettel, 151 pontos
4º) Jenson Button, 147 pontos
5º) Fernando Alonso, 141 pontos
6º) Felipe Massa, 109 pontos
7º) Robert Kubica, 104 pontos
8º) Nico Rosberg, 102 pontos
9º) Adrian Sutil, 45 pontos
10º) Michael Schumacher, 44 pontos
11º) Rubens Barrichello, 30 pontos
12º) Kamui Kobayashi, 21 pontos
13º) Vitaly Petrov, 19 pontos
14º) Vitantonio Liuzzi, 12 pontos
15º) Nico Hulkemberg, 10 pontos
16º) Pedro de la Rosa, 6 pontos
17º) Sebastien Buemi, 6 pontos
18º) Jaime Alguersuari, 5 pontos

Mundial de Construtores
1º) Red Bull Renault, 330 pontos
2º) McLaren Mercedes, 329 pontos
3º) Ferrari, 250 pontos
4º) Mercedes, 146 pontos
5º) Renault, 123 pontos
6º) Force India Mercedes, 57 pontos
7º) Williams Cosworth, 40 pontos
8º) Sauber Ferrari, 27 pontos
9º) Toro Rosso Ferrari, 11 pontos

Entrevista com Samir Machado

Samir Machado
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 08/07/2010


Diego: Nos últimos anos, os partidos políticos perderam a identidade ideológica, passando a coligar-se visando vantagens particulares, deixando de lado os princípios defendidos. Algumas coligações são muito questionadas, pois reúnem adversários históricos, como o PMDB junto com o DEM e o PDT aliado com o PP. Por que tem ocorrido essa salada ideológica?

Samir: Realmente os partidos perderam a sua identidade ideológica. Quase todos eles perderam quase toda a identidade ideológica. Por que razão que isso acontece? Por que não temos uma legislação eleitoral e político-partidária capaz de controlar esse tipo de ação. Em um país como o Brasil, cuja identidade histórica, em termos de participação popular, é quase inexistente, vamos dizer assim, você tem a possibilidade dos partidos estarem fazendo negociação com cargos e posições, entre outros. Isso acontece na gênese do próprio partido. Você veja que as agremiações, no Brasil, têm propriedade, digamos assim. São grupos que se assenhoraram das siglas, e indicam as pessoas que podem ou não se candidatar. Não basta ser filiado a um partido para se candidatar, precisa passar pelo crivo dessas pessoas. Não é à toa que você observa em nível nacional, estadual e no municipal, pessoas da mesma família que sucedem o pai, o tio, o avô. São verdadeiros feudos eleitorais. Nós temos exemplos disso não apenas no Nordeste, onde é típico o coronelismo até hoje, mas inclusive aqui no sul. Temos casos históricos, inclusive da família Ramos, Bornhausen, entre outras. E a razão de acontecer isso, na minha opinião, é pelo descaso do eleitor com o público, com o que é público. O eleitor brasileiro tem uma verdadeira mania, digamos assim, de criticar o poder público, mas na hora de participar, relega sua participação exclusivamente ao voto, que é obrigatório. Não basta você criticar, e eu até me penitencio, porque nós inclusive, que pertencemos a classe, digamos assim, mais instruída de pessoas, também temos esse vício terrível, de criticar e nada fazer.

Diego: Com um grande número de partidos, alguns defendendo os mesmos ideais, integram blocos distintos nas parcerias de chapa, sendo que alguns deles são chamados de siglas de aluguel, apenas para servir de apoio a determinado grupo. Quais os pontos positivos de uma reforma partidária, neste ponto?

Samir: Eu vou retornar a nossa primeira questão para responder essa pergunta. O que nós temos? Deixa de existir, quando é possível você negociar posições, mandos, poder político, e consequentemente, poder econômico, não tem mais escrúpulo para juntar a esquerda com a direita, ou o inimigo de hoje com o amigo de ontem, ou vice versa. O que acontece? Como eu havia falado, se você não tem uma legislação eleitoral, político-partidária que seja restritiva dessas possibilidades, sempre veremos essas excrescências no campo político. Precisaria ter sido aprovada uma nova legislação eleitoral, de partidos políticos, que está se tentando fazer neste país há 30 ou 40 anos, e não se consegue, porque você chega no Congresso Nacional, e encontra sempre as resistências dos mesmos grupos, não desejando que isso aconteça. Obviamente que vai ser muito difícil de você conseguir essa composição, mas, a exemplo do que já se discutiu, logo depois da constituinte, essa questão da reforma eleitoral e político-partidária, é de fundamental importância que sejam observados os modelos europeus, orientais, de sistemas de governo. O Brasil está muito atrasado nesse ponto.

Diego: Outro ponto que merece destaque, é a fidelidade partidária, tendo em vista que muitos representantes políticos são eleitos por uma sigla e migram para outra, buscando vantagens particulares. Algumas agremiações recuperaram na justiça o mandato de parlamentares por deixarem a associação em que foi eleito. Nesse ponto, o que precisaria ser modificado?

Samir: Nós temos uma característica interessante dos partidos no Brasil. O que você tem? O eleitor, brasileiro, ele já não é mais um eleitor partidário, mas foi. Se falarmos em UDN e PSD, vai ter uma época em que o eleitorado era um apaixonado pelos partidos. De certa forma, isso não existe mais hoje. Não há mais essa paixão partidária, primeiro, porque os programas partidários são extremamente semelhantes. Se pegarmos um programa de uma sigla que se diz de esquerda e de outra, que se diz de direita, ou de centro, você vai observar que toda a programática é muito parecida. A questão é como vai atingir aquilo que o programa prevê na sua ação governamental. Achávamos, e algumas pessoas ainda acham, em políticos que podem ser diferentes. O PT está no governo nos provando que os partidos não são muitos diferentes uns dos outros. Muitas coisas que eles criticavam quando eram oposição, estão fazendo ainda pior do que se fazia. Não estou aqui dizendo que o partido A avançou mais que o partido B na questão de governo. Agora, essa questão da representação popular, vamos dizer assim, eu acho que ela deve pertencer à agremiação partidária. Quando você tem partidos, cuja a linha ideológica, cujo o programa a democratização, dentro da própria estrutura exista, não é o caso do Brasil. Por isso é que se torna muito difícil admitir que as vagas sejam partidárias, porque o eleitor não está votando no partido, está votando no candidato. Isso é notório. Nós podemos observar isso se você perguntar para os eleitores sobre a sua preferência partidária, ou sobre a sua preferência por candidato, ele sempre declinará da preferência pelo candidato antes do partido. Talvez alguma pessoa um pouco mais esclarecida possa dizer que vai votar porque o partido pensa isso ou aquilo. Enfim, o que deveria funcionar efetivamente, era a vaga pertencente a agremiação partidária. Mas no Brasil isso é muito difícil de você permitir isso, porque as siglas são propriedades de pessoas e de grupos, e, fazendo isso, e às vezes elas utilizam de pessoas com notório conhecimento público, de pessoas famosas, para conseguir fazer um determinado número de acentos, e amanhã ou depois, eles expurgam essas pessoas, para adonar-se daquilo e colocar os seus, não é verdade? Das duas formas, você tem dificuldade. No caso brasileiro, eu acredito que esta regra, da vaga pertencer ao partido, não é uma regra muito honesta, vamos dizer assim, porque o eleitor brasileiro vota em candidatos, não em partidos.

sábado, 28 de agosto de 2010

Entrevista com Sérgio Rubim

Sérgio Rubim - Canga
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 29/07/2010

Diego: O PMDB e o PT, agremiações que mobilizaram muitas pessoas no passado, chegaram ao poder político e não conseguiram trazer a tão sonhada moralidade pública e política, aliando-se, inclusive, com velhos adversários para chegar ao topo. Por que, em inúmeras ocasiões, as pessoas buscam chegar ao objetivo principal deixando de lado os bons valores, visando apenas os benefícios?

Canga: É o seguinte: o que eu penso sempre, em geral, é que o poder corrompe, sempre. Nós temos provas disso, pois os partidos que chegaram ao poder democraticamente, depois da ditadura, todos foram uma avalanche de corrupção. Não pode dizer, mais ou menos, a roubalheira é tudo igual. No caso do PMDB, ele se tornou o mais corrupto e fisiológico que existe neste país. O MDB era uma coisa, uma reunião de opositores à ditadura militar. Então, naquele momento se lutava, usava valores de se lutar contra a corrupção. Nós somos os puros, nós somos os bons, e vocês não são, era mais ou menos assim. Aquilo serviu em um determinado momento. Depois, quando vira PMDB e surgem os outros partidos políticos, aí a briga é outra e a sociedade também. Eu acredito até que as pessoas, e tem casos para citar. Pessoas moralmente boas, pessoas honestas, quando entram na política, e que já são raros ingressar, mas quando entram e querem se manter e se preservar como honestos e probos, eles não vingam, são afastados rapidamente. Tem o caso de um vereador em Florianópolis, que é um dos fundadores do PT, foi presidente da Associação dos Professores da UFSC, o APUFSC, e se elegeu vereador, era do PT, eu acredito que foi na época, há muitos anos, e os conflitos enfrentados por ele, dentro da câmara dos vereadores foram tão violentos, seríssimos, que ele teve uma síndrome de pânico, e veio a falecer mais tarde, pelos conflitos enfrentados pelos seus parceiros, as pressões para que aceitasse e se corrompesse, então eu acho que é praticamente impossível. O PT antes, eram os vestais da moralidade, quando lutavam e queriam chegar ao poder. Nenhum partido prestava, o PMDB não prestava, o DEM não prestava, o PFL, nenhum prestava. Eles é quem eram e queriam a honestidade, e está aí, chegaram ao poder, e estão fazendo pior que os outros. Não sei se tem pior, porque roubar é tudo a mesma coisa.

Diego: Nos últimos 10 anos, principalmente, as agremiações partidárias fizeram alianças até incoerentes no ponto de vista ideológico, visando apenas espaço político, confundindo o eleitorado, que perdeu a identidade com os grupos que simpatizavam. Por que aconteceram essas mudanças, e de que forma o sistema eleitoral precisa mudar para evitar essas coligações sem objetivo político-partidário?

Canga: A questão da reforma política, no Brasil, é um velho problema e todo mundo diz que vai fazer. O Lula diz que vai se empenhar, agora, para fazer a reforma, e ninguém faz porque não interessa isso. Os partidos são fisiológicos. É uma vergonha a legislação permitir, por exemplo, as pessoas trocarem de partido como quem troca de camiseta, de cueca, a qualquer hora. Veja hoje, por exemplo, o PT, aliado com a Roseana Sarney, com pessoas desse tipo, com os Berger em Santa Catarina, quer dizer, os partidos não têm mais ideologia. Eu acho bom, se não tiver ideologia, ao menos que tenham princípios e a um programa, mas nem isso eles seguem. Além de as pessoas poderem trocar de partido, migrando de um para outro, completamente distinto ideologicamente, dos seus princípios, e também, podendo coligar o da direita com o do centro, o da esquerda com o da direita, virou negócio. A política no Brasil é um negócio.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entrevista com Celso Martins

Celso Martins
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 11/07/2010

Diego: Nas últimas eleições, tornou-se muito comum alianças entre partidos políticos de ideologias diferentes, como o antigo PL com o PT, do PPS com o DEM, deixando de lado os ideais defendidos pelas agremiações. O que tem motivado esses acordos nesses anos, principalmente depois da chegada petista ao poder federal?

Celso: Essas alianças, elas são até naturais que ocorram, inclusive entre agremiações que, se não tem no programa questões em comum, possuem adversários em comum. Os próprios programas, eles norteiam de um modo geral, a atividade político-parlamentar, mas acaba prevalecendo, na hora de uma votação, de uma tomada de posição, acabam prevalecendo, na maior parte dos casos, a vontade da pessoa, do indivíduo. Em raras exceções, existem decisões coletivas em torno de alguma causa, de alguma bandeira. Elas são sempre eventuais e pontuais. PSDB e PT, por exemplo, que encarnam as duas siglas, que polarizam hoje o processo eleitoral, em plano nacional. Se fizer uma boa pesquisa, vai se encontrar em alguns municípios, alianças entre tucanos e petistas, mas em função de uma realidade local que força essa aliança, e isso torna o programa partidário. Eu vejo, com exceção do PT, que na verdade nasceu do movimento social e procura representá-lo. A própria elite nacional não tem um partido que se diga, esse é o partido da elite, ou esses dois são os partidos da elite nacional, como nós temos em vários países da América Latina, em que dominam os conservadores ou os liberais, como havia no império brasileiro, a elite econômica, política, e mesmo intelectual, que na verdade, eles trabalham com esses dois elementos opostos, dois programas ou interesses opostos, porque existem setores importantes das elites nacionais, do empresariado, de lideranças empresariais que estão apoiando o PT, assim como existem outros, também importantes, apoiando o PSDB, apoiando o Serra, falando em plano nacional, então, esse me parece ser o fator motivador principal.

Diego: Após muitas movimentações, ameaças de intervenções dos diretórios federais nos estados, algumas coligações desagradaram inclusive integrantes das principais associações partidárias, podendo causar mudanças no quadro eleitoral. O que você considera que necessita mudar no atual sistema político?

Celso: Eu não sei. O próprio sistema político que está aí, acho que precisaria reformulado. Não se trata de pensar alguma mudança dentro do sistema político, o que é muito difícil, que nesse modelo dominante, as grandes questões nacionais que possam ser solucionadas. Eu acho que o sistema parlamentar de representação, da democracia representativa parlamentar, que está sendo colocado em xeque, e por vários movimentos sociais, na prática, e não se vê, não se acompanha uma resposta a altura, ao contrário. Questões ambientais, na questão do meio ambiente, do uso dos recursos naturais e da ocupação do solo, o próprio governo, as próprias estruturas do parlamento, o executivo tem procurado no possível, e respaldado, as alterações na área ambiental. Teve aqui em Santa Catarina, o novo código ambiental, que, de certa forma, estimulou essas modificações que querem fazer no código florestal. Vemos aqui, em Santa Catarina, neste momento, a tentativa de instalação desse estaleiro na Baía Norte, que segundo estudos, com a vinda do empreendimento, vão, dentro dois anos, extinguir as atividades de pesca e de maricultura na Baía Norte, e o que se vê hoje, são todas as lideranças partidárias, de todas as agremiações, a favor da instalação, em detrimento da questão ambiental, sob a alegação de que vai gerar emprego, vai gerar alguns mil empregos lá, mas vai desestabilizar todas as comunidades do entorno da Baía Norte, e isso eles não estão levando em conta, ou por ignorância, ou por má fé, e isso me preocupa. Não tem nenhuma voz, de nenhum dos candidatos ao governo do estado, fazendo qualquer questionamento na área ambiental, ao contrário, estão vendo investimento de milhões, que vão gerar empregos e sub-empregos, e o restante? E as comunidades do entorno? E o impacto social e urbanístico na Grande Florianópolis e em Biguaçu, o que isso vai provocar? Isso ninguém está vendo. Então, acredito que esse tipo de representação, que deveria ser a vanguarda das inovações, do planejamento, do pensar, do futuro, da cidade, das pessoas, isso está falhando. Alguma coisa vai ter que ser feita, alguma iniciativa vai ter que ser tomada para que se altere esse quadro, por que hoje, o que se tem, é um atira a primeira pedra e os outros todos atiram também. O meio ambiente não é uma questão de bandeira de modismo, é de qualidade de vida, e vai ser alterado. Imagina essas comunidades em torno da ilha, daqui a dois anos sem pesca? O que vai acontecer nestas comunidades? Isso me preocupa. Só complementando, as nossas elites de pessoas, que até um bom tempo atrás, conseguiram montar e executar um projeto de Brasil, um projeto de futuro, do Brasil, estão falhando, nesse caso. Estão falhando, e eu me questiono da capacidade desse sistema, que está hoje, de dar conta dessa enorme demanda que a sociedade coloca.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Entrevista com Cláudio Prisco Paraíso

Cláudio Prisco Paraíso
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 05/07/2010


Diego: Durante o período de negociações entre os partidos, visando as atuais coligações, você abordou bastante, em sua coluna, as movimentações ocorridas em Santa Catarina ao longo dos processos eleitorais, desde 1982. Na sua análise, quais foram as principais mudanças ocorridas ao longo desses anos?

Cláudio: Primeiro; nesses 28 anos, o PFL nasceu de um desmembramento do PDS, para apoiar o Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, já que o PDS era o partido do Paulo Maluf, que disputou contra o Tancredo. Então, ali surgiu o PFL, um apêndice do PDS. Uma das mudanças que mais chamou a atenção, mas nem tanto, foi a união do PFL com o PMDB, em 1994, com Paulo Afonso Vieira, e em 2006, com Luiz Henrique da Silveira. Essa foi uma mudança clássica, por quê? Quando o Luiz Henrique da Silveira se elegeu, em 2002, foi combatendo as oligarquias, a mesma oligarquia que o apoiou na reeleição, em 2006, leia-se, Jorge Bornhausen. Quer dizer, o mesmo Jorge Bornhausen, que ele condenou, em 2002, combatendo as oligarquias, ajudou a reelegê-lo em 2006. Então, uma mudança é essa, o PFL, que nasceu de um braço do PDS, acabou estando em 1994 e em 2006, com Paulo Afonso Vieira e Luiz Henrique da Silveira, com o PMDB. Agora, a mudança mais acentuada, sem dúvida nenhuma, foi do entrosamento, apoio branco, entre o PP e o PT. É bom lembrar, o PP é um resultado da ARENA, quando nós tínhamos no bipartidarismo, no período militar, o MDB, que era o partido de oposição, e a ARENA. Com o fim do bipartidarismo, veio o pluripartidarismo. Da ARENA, nasceu o PDS, o atual PP, e o PMDB, do MDB. Aliás, vale registrar também que o PSDB, assim como o PFL, em relação ao PDS, o PSDB desmembrou-se do PMDB, e surgiu um novo partido. O PSDB esteve com o Amin, em 1998, mas, em 2002, voltou para o PMDB. Esteve com o PT, em 1994, e, apesar de Fernando Henrique candidato, ele esteve com os petistas, apoiando o Lula da Silva, em Santa Catarina. Depois, em 1998, estiveram com o Esperidião Amin, depois, em 2002, com o Luiz Henrique, ou seja, o PSDB balançou muito. Mas o que mais chama a atenção, voltando a pergunta inicial, foi essa troca de apoios entre o PP, leia-se, ARENA, PDS, e o PT, de Lula da Silva, porque, em 2006, o Esperidião Amin, no 2º turno, apoiou Lula, e Lula, apoiou Esperidião. PP e PT trocaram apoio. Os pepistas apoiaram os petistas no nacional, que retribuíram no estadual. Isso, sem dúvida nenhuma, foi a mudança mais radical nesses 28 anos do restabelecimento das eleições, por quê? Porque Ideli Salvatti combatia vibrantemente Esperidião e Ângela Amin, e viraram parceiros, com a possibilidade de nesta eleição, com as candidaturas de Ângela Amin e Ideli Salvatti, contra Raimundo Colombo, a tendência é que Raimundo Colombo avance para o 2º turno contra uma das duas. A que chegar ao 2º turno, deve receber o apoio da outra, repetindo-se o que aconteceu em 2006.

Diego: Em relação a 2006, apenas o PDT mudou de coligação, deixando o grupo governista, migrando para o bloco opositor, juntando-se com os progressistas, enquanto as outras agremiações mantiveram-se praticamente nas mesmas composições, mesmo com diversos descontentamentos de alguns integrantes, em especial no PMDB. O que motiva a mudança de lado dos partidos, hora aliado a grupos governistas, outra, com correntes contrárias aos antigos aliados?

Cláudio: Infelizmente, as coligações no Brasil, e em Santa Catarina não é diferente, não seguem mais aquela linha do passado, do tempo do PSD, da UDN, do PTB, a questão programática, ideológica. Hoje não existe mais isso, é de acordo com a conveniência, o interesse. Basta ver que o PMDB e o PP, progressista, ficaram de um lado para outro, para ver com quem iriam estar, se estariam com Dilma ou com Serra, quer dizer, quem oferecer o melhor apoio e ver quem consegue a melhor composição, a melhor coligação, enfim, não tem mais aqueles parâmetros éticos, que presidiam as relações partidárias do passado, infelizmente não tem mais isso. O PDT é um exemplo, esteve coligado com o Luiz Henrique, em 2006, e agora está com Ângela Amin, quer dizer, tentou estar com o PT. Não deu por que a senadora Ideli Salvatti vetou o nome de Manoel Dias, e ele fechou com Ângela Amin. Não existe mais aquela orientação, o eleitor está absolutamente perdido em meio as coligações mais esdrúxulas que podem ter, é uma geléia geral, é um samba do crioulo doido, como costumamos dizer, porque dentro do estado, um partido está coligado com outro. No plano nacional, o PMDB é vice de Dilma Rousseff, com o Michel Temer, que é o presidente nacional do partido, só que em Santa Catarina, o PMDB está coligado com o PSDB e o DEM, que são os maiores opositores do governo Lula, que estão com o Serra. Realmente, o eleitor não compreende mais nada, acho que precisamos viabilizar, neste país, talvez não vejo interesse no congresso nacional para isso, uma ampla reformulação partidária, para que nós possamos ter uma meia dúzia de partidos que possam representar o conjunto de ideias da sociedade, e não 40 ou 50 partidos, muitos de aluguel, que para oferecer tempo de televisão para uma eventual coligação, negociam não só eleitoral ou partidariamente, mas também logisticamente, operacionalmente, financeiramente, ou seja, para oferecer tempo de televisão para um determinado candidato. Então, isso desvirtua a prática política e cada vez aumenta o desinteresse da opinião pública com a classe política, indiscutivelmente.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Rubens Barrichello: 300 Grandes Prêmios

Pela primeira vez, desde que a Fórmula 1 passou a ser disputada como campeonato mundial, em 60 anos, terá um piloto chegando a 300 Grandes Prêmios. Na categoria desde 1993, Rubens Barrichello passou por seis equipes nessas 18 temporadas, dois vice-campeonatos, 11 vitórias e 14 poles, é uma pessoa popular no certame. Há dois anos como maior recordista de largadas, quando superou o italiano Riccardo Patrese, que disputou 256 GP`s, Rubinho alcança a terceira centena.

Barrichello estreou na África do Sul, em 1993, pela Jordan. A melhor colocação do piloto paulista foi o 5º lugar no Japão, debaixo de chuva, uma das especialidades do brasileiro. Em Donington, 3ª etapa, Rubinho, assim como Ayrton Senna, andou muito e chegou a estar em 2º lugar, mas abandonou nas voltas finais, quando era 3º colocado.

Pela escuderia irlandesa, disputou quatro temporadas, tendo como melhor resultado o 2º lugar, no Canadá, em 1995, na única vitória do francês Jean Alesi na Fórmula 1, e uma pole, na Bélgica, em 1994. Na Stewart, ficou durante três anos, tendo novamente uma 2ª posição como atuação mais expressiva, em Mônaco, 1997, em corrida debaixo de chuva. Em 1999, conseguiu a única pole pela equipe escocesa, na França.

Em 2000, chegou a um dos lugares mais cobiçados por grande parte dos pilotos da categoria, uma vaga na Ferrari. Pelo time de Maranello, Rubinho conseguiu os melhores resultados, vice-campeão em 2002 e 2004, nove vitórias e o mesmo número de poles, viveu os melhores e piores momentos na carreira. Em 2001, quando era vice-líver, e, no ano seguinte, quando ganharia a corrida, freou na última curva, cedendo a posição para o então companheiro de equipe Michael Schumacher, primeiro piloto e favorecido pela equipe.

GP da Alemanha, em 2000 - Primeira vitória de Barrichello na Fórmula 1



GP da Áustria, em 2002 - Rubinho cede a vitória para Schumacher na reta final



Depois de seis anos no "cavalino rampante", foi para a Honda, onde correu ao lado de Jenson Button durante três temporadas. Em 2008, na Inglaterra, novamente na chuva, Rubinho teve uma atuação de gala, levando o limitado bólido japonês ao 3º lugar.

Para 2009, após a saída da montadora nipônica, Ross Brawn ficou com os espólios da Honda e fundou a Brawn GP, grande sensação do ano. Os pilotos foram mantidos. A novata ficou com os títulos de pilotos, Jenson Button, e de construtores. Na equipe do ex-diretor da Ferrari, Rubinho garantiu a 100ª vitória brasileira, em Valência. Em Monza, conquistou o 2º triunfo no ano, terminando o campeonato em 3º lugar, superado também por Sebastian Vettel, da Red Bull.

A escuderia de Ross Brawn durou apenas um ano, sendo comprada pela Mercedes em novembro de 2009. Barrichello foi para a Williams, e Jenson Button, para a McLaren. Para a escuderia alemã, foram contratados Michael Schumacher e Nico Rosberg.

Em menos de um ano no time de Grove, Rubinho conseguiu a 4ª colocação em Valência, até o momento o melhor resultado do brasileiro.

A carreira de Rubens Barrichello na Fórmula 1:
1993: Jordan Hart, 17º lugar, com 2 pontos;
1994: Jordan Hart, 6º lugar, com 19 pontos, 1 pole;
1995: Jordan Peugeot, 11º lugar, com 11 pontos;
1996: Jordan Peugeot, 8º lugar, com 14 pontos;
1997: Stewart Ford, 13º lugar, com 6 pontos;
1998: Stewart Ford, 12º lugar, com 4 pontos;
1999: Stewart Ford, 7º lugar, com 21 pontos, 1 pole;
2000: Ferrari, 4º lugar, com 62 pontos, 1 pole, 1 vitória;
2001: Ferrari, 3º lugar, com 56 pontos;
2002: Ferrari, Vice-Campeão, com 77 pontos, 3 poles, 3 vitórias;
2003: Ferrari, 4º lugar, com 65 pontos, 3 poles, 2 vitórias;
2004: Ferrari, Vice-Campeão, com 114 pontos, 4 poles, 2 vitórias;
2005: Ferrari, 8º lugar, com 38 pontos;
2006: Honda, 7º lugar, com 30 pontos;
2007: Honda;
2008: Honda, 14º lugar, com 11 pontos;
2009: Brawn Mercedes, 3º lugar, com 77 pontos, 1 pole, 2 vitórias;
2010: Williams Cosworth, 30 pontos*;

* Até o Grande Prêmio da Hungria.

Entrevista com Anésio Hammes

Anésio Hammes
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 08/08/2010

Diego: Nas duas eleições anteriores, o partido lançou candidaturas com Antônio Bello, em 2002, e Sontag, em 2006, conseguindo em ambas, o 4º lugar, enquanto neste pleito, optou por uma aliança com o PT, em torno da candidatura Ideli Salvatti. Por que a sigla escolheu integrar uma aliança com os petistas, deixando de lançar candidatura própria?

Anésio: Vou me retratar primeiro com a eleição do Bello, em 2002, e do Sontag, em 2006. Em 2002, o Bello foi lançado candidato e o partido nunca havia, até então, lançado um candidato a eleição majoritária a governador do estado. Isso faz com que o partido cresça em todos os níveis, lançando candidato a governador, senador, deputado estadual e toda a chapa completa. A Ideli Salvatti, na verdade, é uma questão do presidente estadual do PSB, Djalma Berger, hoje o prefeito de São José. Ele fez essa aliança, no meu entendimento, sem ouvir a agremiação a nível estadual. Eu acredito que para fazer uma aliança, o partido tem que ser ouvido em um todo. Os diretórios do estado deverão ser convocados para então fazer uma aliança com quem ficar decidido, a nível estadual. Todos eles deverão se manifestar, o que não foi feito na gestão do Djalma Berger. Então, acredito que a sigla não aprovou em nível estadual, embora o PSB sempre foi um parceiro a nível nacional junto com o PT, mas isso não quer dizer que no estado, ele tenham que estar aliados, agora, acho que deveria ter sido feita uma consulta a nível estadual, para saber qual seria o partido da coligação.

Diego: O ingresso de Djalma Berger na sigla deu maior representatividade ao PSB, sendo escolhido prefeito de São José, em 2008. Até que ponto a eleição de Djalma contribuiu para a agremiação socialista?

Anésio: A eleição do Djalma Berger, até certo ponto, tem contribuído para a agremiação socialista, mas eu acredito que está sendo dirigid, a nível estadual, no meu entendimento, ele não cresceu até esse ponto, continuando como estava antes. As siglas, em nível municipal, continuam as mesmas, a exceção de algumas, e a maioria que foi trocada. Nos municípios, foram trocadas por ele, desrespeitando as composições já existentes. Eu citar como exemplo uma comissão provisória, em Águas Mornas, que sequer o presidente municipal foi consultado. Quando ele soube, havia sido destituído. Eu acredito que a administração de Djalma Berger tem que mudar, trabalhando mais nas bases municipais, não só a nível municipal, onde ele é prefeito, porque até em São José, o partido hoje está sem comando. Nós tínhamos um diretório, legitimamente formado, e hoje, nem uma provisória nós temos. O diretório venceu, em setembro de 2009, foi prorrogado por mais três meses, se não me falha a memória, e depois não foi feito o congresso, como pede o estatuto partidário, e também não foi constituída, portanto, o PSB de São José, legalmente não existe.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Entrevista com Dércio Knop

Dércio Knop
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 15/07/2010

Diego: Aliado do PT durante quase 10 anos, tanto na esfera estadual, como em muitos municípios, chegando a integrar o governo Lula nos dois primeiros anos de governo, rompeu com os petistase aliou-se com o PSDB e o DEM, que defendem ideais diferentes do socialista. De que forma foi feito o acordo com democratas e peesedebistas?

Dércio: Esse entendimento vem desde o início do segundo governo Lula. Os partidos atuaram conjuntamente na oposição ao governo Lula, e, em face desse trabalho conjunto, começaram também a desenvolver tentativas para que esses partidos estivessem juntos na disputa pela presidência da república, e isto fez também com que houvesse reflexo na maioria dos estados, até por que a direção nacional do PPS baixou uma resolução, a de número 1/2010, determinando que a sigla, em cada estado, devesse estar junto com os partidos que integram o apoio ao candidato José Serra, e, consequentemente essa determinação, estamos juntos aqui, não apenas com o DEM e o PSDB, mas também com o PMDB, o PTB, enfim, mais nove partidos, que fazem hoje a coligação As pessoas em primeiro lugar.

Diego: O PPS, em nível estadual, teve apenas duas grandes candidaturas, com Sérgio Grando, para o senado, em 1998, aliado a Milton Mendes, e, em 2002, pela chapa Frente Ecológica Popular, como candidato ao governo. Por que o partido não lançou mais candidaturas à majoritária?

Dércio: Infelizmente, os custos de uma eleição majoritária são incompatíveis com o tamanho do nosso partido. Nós temos, uma liderança que é muito expressiva, o deputado federal Fernando Coruja, nosso presidente estadual, e também líder da bancada na câmara dos deputados. Certamente seria um bom nome, no entanto, os custos, principalmente da área de marketing e de televisão, são proibitivos para uma agremiação do porte do PPS. Por isso, nós temos que nos submeter às maiores siglas, que têm mais possibilidade de bancar essas despesas de campanha.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mercedes busca hegemonia entre os motores

Campeã de pilotos com a McLaren, em 2008, na final decisiva, quando Lewis Hamilton superou Felipe Massa por apenas um ponto, e ano passado, entre competidores, com Jenson Button, e de construtores, com a Brawn, a Mercedes busca manter a hegemonia entre os motores.

Comercial da Mercedes: 2009
Material retirado do blog de Flávio Gomes, colunista do IG - Grande Prêmio
Disponível em: Coluna Namorico, de 27/10/2009

As expectativas em torno da equipe de fábrica eram grandes após a aquisição da Brawn, além da contratação de Michael Schumacher, o maior campeão da história da Fórmula 1, a marca das três pontas esperava muito da atual temporada, mas vem sendo superada por Red Bull, Ferrari e McLaren, sócia da montadora alemã até o final do próximo ano.

Michael Schumacher testando com a Mercedes
Foto retirada do blog de Walter Savaglia

Mesmo sem o melhor carro, a escuderia de Woking segue firme na disputa pelo título, entre pilotos e construtores, devido também a confiabilidade dos propulsores Mercedes. Ofuscado durante anos pela superioridade da Ferrari e pela boa fase da Renault, a marca alemã sofreu muito com os problemas de durabilidade no início da década, mas, desde 2007, vem disputando títulos, além de superar a maior fragilidade ao longo de temporadas, que eram os contantes problemas com os motores.

Jenson Button testando com a McLaren
Foto retirada do blog de Walter Savaglia

Neste ano, com a Mercedes, nenhum abandono por quebra de motor, enquanto na McLaren, apenas duas vezes, uma com Lewis Hamilton, na Hungria, e outra com Jenson Button, em Mônaco, por um descuido da equipe inglesa.

Com o time principal fora da disputa pelo título, a montadora germânica deposita as esperanças na McLaren, parceira desde 1995. A regularidade de Button e Hamilton, além de ambos não estarem envolvidos em conflitos internos, vêm ajudando para mantê-los na luta pelo título. O motor, que muitas vezes deixou o time inglês no meio do caminho, vem sendo o principal aliado neste ano.

Faltando sete etapas para o encerramento do campeonato, a Mercedes ocupa a 7ª colocação, com Nico Rosberg, 94 pontos, e Michael Schumacher, 38 pontos, em 9º lugar, sendo a 4ª colocada entre as equipes, com 132 pontos, enquanto a McLaren ocupa a vice-liderança, com Hamilton, 157 pontos, a 4ª posição, com Jenson Button, 147 pontos, em 2º lugar no campeonato de construtores, com 304 pontos.

Entrevista com Paulo César Wilpert

Paulo César Wilpert
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: O grupo é formado, basicamente, por ex-integrantes do PT, insatisfeitos com os rumos tomados quando chegaram ao poder, em 2002, diante dos casos de corrupção, tanto condenados quando os petistas eram oposição, além de alianças com antigos adversários políticos. Como o PSOL está buscando espaço no cenário eleitoral?

Paulo: Primeiro, o envolvimento com os movimentos sociais. Nenhum partido de esquerda, que queira estar envolvido com as lutas do povo, não tem que pensar somente em eleição. Na verdade, é um momento, uma fase da vida do partido. Ele tem que estar bem encharcado, com o povo, envolvido diretamente com as lutas populares. É dessa forma, e utilizando os espaços, como este agora, da eleição, para fazer o debate com a sociedade, e mostrar que nenhum partido consegue realmente representar o povo, se não estiver envolvido com o povo.

Diego: Além do pouco espaço na mídia, os partidos de oposição, de pouca representatividade, há as dificuldades de chegar a um acordo na formação de uma aliança, no caso do PSOL, as agremiações do PSTU e PCB, mais alinhadas com os ideais socialistas. Quais fatores dificultam acordos com as associações citadas?

Paulo: Com o PSTU, que é um aliado histórico, nós temos alianças na luta sindical. Já fizemos a frente de esquerda com eles. E com o PCB, não é programática, é meramente pragmática. O PSTU apresentou para nós uma proposta, por exemplo, na eleição de 2008, para prefeito, na formação da chapa, que não condizia com a realidade. Nós tínhamos um partido com menos tempo de formação, e ofereceríamos mais candidatos em detrimento de que eles ofereciam menos candidatos, e, mesmo assim, eles queriam metade do tempo. Agora, especificamente nesta eleição, eles não quiseram se coligar conosco, alegando que nós buscamos outras alianças, com outros partidos, o que na nossa opinião, é pífio, porque, como um partido de esquerda precisa e falei anteriormente, estar envolvido na luta do povo, mas precisamos conversar com outros segmentos sim, desde que eles tenham convencimento programático. Com o PCB, a questão foi menos programática, e foi mais no campo da tática. Eles avaliaram que teriam um candidato em potencial, em um determinado estado, e queriam exclusividade de tempo, e que, para nós, como temos um tempo pequeno na televisão, e se não utilizamos ele para fazer o debate e divulgarmos as nossas propostas, fica complicado.

domingo, 22 de agosto de 2010

Entrevista com Sargento Amauri Soares

Sargento Amauri Soares
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: Com três alternativas a seguir, dentre elas uma aliança com o PT, a candidatura própria ou um acordo com o PP, a sigla escolheu ficar ao lado da agremiação progressista, depois de integrar a base governista. Qual a razão da opção de um acordo com os pepistas, grupo contrário ao governo?

Sargento Soares: Não sei. Nós tínhamos colocado nosso nome à disposição do partido para ser candidato a governador, sacrificando inclusive a vaga e o processo a deputado estadual. Infelizmente, a sigla rejeitou a candidatura própria, embora não tenha firmado e nem votado isso, acabou por rejeitar e resolveu sair coligado com uma agremiação que representa historicamente, parte da representação da oligarquia e da grande burguesia no estado de Santa Catarina, de forma que eu não tenho explicação, a não ser o crescimento de uma linha fisiológica dentro do PDT, quanto ao evidente, nós não concordamos.

Diego: Em nível nacional, os pedetistas fecharam acordo com a candidata petista Dilma Rousseff, enquanto fecharam com Ângela Amin em nível estadual, adversária de Ideli Salvatti. Por que a sigla não se aliou com o PT em Santa Catarina?

Sargento Soares: Na mesma linha, porque tem a posição nacional, que está com a Dilma, e aqui no estado, o correto seria estar com a candidatura mais alinhada com a candidatura petista, e não estou nem entrando em mérito se concordo ou discordo dessa posição, mas, por coerência, deveria ser isso, mas parece que o encanto, em torno de possibilidade de participação em um futuro governo, como vice, e parece que visam, majoritariamente, no PDT, que a Ângela Amin tem mais chance de ganhar, acabaram optando por isso. Eu acho que está incorreto. A decisão, na minha avaliação, não foi tomada pelo espaço democrático, foi por algumas pessoas, dentro de sala fechada. A convenção do partido não decidiu isso, portanto, a própria legitimidade dessa decisão, na minha avaliação, está equivocada. Nós queríamos a candidatura própria, para defender um projeto para a classe trabalhadora, servidores públicos, bases da sociedade catarinense. Isso nós queríamos, buscamos construir ao longo de 50 dias. Não tivemos êxito dentro da sigla, ainda não sabemos o que fazer, com relação ao governo do estado. Do meu ponto de vista pessoal, ainda não sei o que fazer com relação ao governo do estado, uma vez que o partido tomou a posição, não só diferente, inclusive oposta daquilo que estávamos buscando, construir com a candidatura própria, com o meu nome como candidato a governador.

sábado, 21 de agosto de 2010

Entrevista com José Fritsch

José Fritsch
Foto retirada do site do PT-SC, na matéria PED 2009

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: Com a chegada de Lula ao governo federal e a escolha de Ideli Salvatti ao senado, a ex-líder sindical ganhou expressividade política e projeção em nível nacional, sendo a indicada pelo PT como candidata ao governo, com boas chances de vitória. Quais os principais fatores que impulsionaram o crescimento petista em Santa Catarina?

Fritsch: Em primeiro, a unidade interna do PT. Nós conseguimos construir, nesses últimos dois anos, um projeto de unificação interna, construção partidária, para que pudéssemos chegar na convenção, no processo eleitoral, já com candidaturas construídas, seja a candidatura de Ideli Salvatti para o governo, como também a do Cláudio Vignatti. Com esse trabalho sendo feito pela sigla, nesse último um ano e meio, quase dois anos, nós conseguimos transferir um pouco essa unidade interna, esse sentimento de unidade interna nos últimos meses, para o conjunto dos demais partidos. Então, hoje nós temos oito agremiações que estão coligadas conosco, e que construímos todo esse projeto nos últimos seis meses, sem nenhum stress e problemas internos, como tantas outras coligações hoje têm. Nós conseguimos fazer essas duas coisas, e isso credencia. Quem tem uma unidade interna, tanto nos partidos, como também nas candidaturas, consegue fazer com que a perspectiva seja mais possível. E no momento que agregamos aquilo que estava dentro da nossa estratégia, de ter um empresário de uma região importante de Santa Catarina, que compusesse a vice, isto ajuda muito para o processo nosso da campanha eleitoral.

Diego: Com grande força no cenário nacional, o PT pela primeira vez aparece com chances de vencer as eleições em Santa Catarina, quando não possuía uma candidatura forte, tendo com José Fritsch, em 2002, o resultado mais expressivo. Até que ponto a chegada do PT ao Palácio do Planalto pode ajudar na candidatura de Ideli Salvatti?

Fritsch: Eu acho que o governo Lula, que nós ajudamos a construir, eu, que fui candidato ao governo, e por menos de 2% não fui governador naquela ocasião, mas ajudei a construir essa gestão, quando fui ministro da pesca, a Ideli foi a nossa senadora, então, tudo isso que nós construímos com o presidente Lula, com certeza vai ter influências positivas na campanha da Ideli Salvatti, e mais ainda, ela se elegendo governadora. As ações do governo federal e as políticas do governo federal, que Santa Catarina deixou de utilizar, deixou de se aproveitar, desse momento que o governo Lula viveu, e vive nesses oito anos de governo, nós poderemos implementar no governo da Ideli, e com certeza, vamos ter esse estado, em nosso governo, uma ofensividade muito grande, para fazer com que as realizações de hoje, em nível nacional, colocando o governo Lula na condição de uma liderança mundial, atualmente, nós possamos estar fazendo que Santa Catarina resgate o seu papel, de ser um estado protagonista nas políticas públicas, porque não podemos continuar tendo um dos piores estados em saneamento básico, em tratamento de esgoto, como possuímos hoje. Isso é uma conseqüência de governos que não se preocuparam com o futuro do nosso povo, eles só se preocuparam com o presente, ou no máximo a sua reeleição.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os petistas vetaram qualquer tipo de aliança com o DEM, um dos principais adversários da agremiação no plano federal. Por que o partido não busca diálogo com os democratas visando acordos de parceria?

Fritsch: Os Democratas, principalmente o partido hoje, comandado em nível nacional pelo Jorge Bornhausen, foi o partido que conduziu a política desses últimos anos que causou o desastre econômico do Brasil. Nós já recorremos três, quatro vezes ao Fundo Monetário Internacional (F.M.I.) para salvar o Brasil, e eles quem se diziam competentes, que sabiam governar. Os problemas econômicos, a inflação, o não crescimento da economia, crescimento do emprego, o não investimento na infraestrutura, em habitação, tudo isso tem a marca dos governos deles, enquanto que o governo Lula é exatamente ao contrário, então, para que nós vamos associar, conversar com quem causou a tragédia do Brasil? Vamos estar junto com quem construiu esse projeto que apenas está começando, e com certeza a Dilma vai continuar, e depois nós vamos ter mais seis, sete anos, ou 10 anos na continuidade desse projeto, desta política e estratégia, que vai trazer os grandes benefícios para o Brasil, que eles, que governaram tantos anos, não conseguiram trazer e construir isso para o país. Construíram para alguns, mas não para todo o povo brasileiro, como hoje está acontecendo com o governo do presidente Lula.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entrevista com Flavio Bernardes

Flavio Bernardes
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 15/07/2010

Diego: Presente no governo desde 2003, aliado ao PMDB, o PSDB já esteve coligado com o PT e o PDT, em 1994, aliando-se a Amin e Bornhausen quatro anos depois, juntando-se com os peemedebistas em 2002, vencendo as eleições. Quais são os principais critérios que vocês levam em consideração ao formar as coligações?

Flavio: Inicialmente, é a inovação, que cada partido apresenta e tem como projeto, ao que hoje, nós como cidadãos, como pessoas, que vivem em sociedade, tem perspectiva de vida, gostaria de ver o melhor para a população, e para os seus familiares, é fugir daquela mesmisse, daquele continuísmo que nós tínhamos até alguns anos atrás. Surgiu, em 2002, um candidato ao governo, no caso do Luiz Henrique, com uma proposta inovadora, que criava as secretarias de desenvolvimento regional, ou seja, com o objetivo de levar o poder público mais próximo da população, e isso, evidentemente, aliada as nossas pretenções e aos nossos objetivos partidários. Eu sou do PSDB, e a social-democracia é a nossa bandeira, priorizar o coletivo em detrimento do individual, nós resolvemos, assim dessa forma, coligar com o PMDB na oportunidade, e tudo o que aconteceu, nesse período, foi uma revolução na estrutura administrativa, no governo do estado de Santa Catarina. Eu, na condição de funcionário público, há 36 anos, nunca percebi e vivenciei um momento tão diferente, era sempre, como eu falei, o continuísmo. Dessa forma, como o PMDB veio com a proposta de regionalização, de desenvolvimento regional, é um dos critérios e motivos pelos quais o PSDB simpatiza, e vem de acordo com os nossos interesses, em função da comunidade, para o bem dela.

Diego: Nesses quase oito anos da gestão Luiz Henrique, os peesedebistas ganharam espaço no cenário estadual, conquistando algumas das principais prefeituras de Santa Catarina. Neste ano, Leonel Pavan assumiu o governo, já que Luiz Henrique deixou a administração para concorrer ao senado, dando maior visibilidade ao PSDB. Quais os pontos positivos para o partido estar no poder estadual?

Flavio: São vários. O PSDB, antes de coligarmos com o Luiz Henrique, do PMDB, era um partido pequeno. Ele era musculoso, mas minúsculo. Nós tínhamos poucos deputados estaduais, federais, e, de lá para cá, os benefícios que trouxeram foram muitos. O partido evoluiu, na sua ideologia, na sua filosofia, e conseguiu eleger muito mais deputados estaduais, federais. Hoje nós temos seis deputados estaduais, e estamos com um deputado federal, então, já elegemos vários, em outras oportunidades, como no caso de 2006, quando elegemos um deputado federal, que agora saiu da sigla, infelizmente, mas o PSDB continua crescendo.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, o PSDB evitou qualquer tipo de aliança com o PT, principal adversário da sigla no plano federal. Por que o partido não busca diálogo com os petistas visando acordos de parceria?

Flavio: É até por uma questão de personalidade e de caráter. Eu acho que devemos separar o joio do trigo. Tudo o que vocês estão vendo, que está aí, que a população está vendo, o presidente, hoje, é manipulado, é dirigido, é orientado por outros, ele não tem voz própria. Ele é um sujeito carismático, mas administrativamente, para dirigir uma nação como a nossa, o Brasil, um dos maiores países do mundo, nós merecemos e precisamos de projetos sociais, e não de favores. O que está acontecendo hoje, o bolsa família, incentivam, motivam as pessoas mais carentes, com mais dificuldades, a não evoluir na vida, a não estudar. Quanto mais filho, melhor, ganhando um pequeno percentual, não há uma concorrência, eles não disputam com ninguém, eles não têm interesse. O que a vemos no Nordeste é uma pobreza só, e por que isso? O que esse governo deveria fazer e deveria ter feitos nesses oito anos? Investir maciçamente em educação, emprego e renda. Educar, profissionalizar as pessoas, e não fazer o que está fazendo. Além disso, olha o que o PT fez, e não é do desconhecimento de ninguém. Mensalão, dinheiro na cueca, e outras coisas que nem devemos citar. Mas está aí, todo mundo viu e sabe. Temos que mudar, crescer, ir para frente, e não ficar na mesmisse. Então não há como coligar com o PT, não tem acordo enquanto eles estiverem com essa ideologia, com esse modo de administrar, é humanamente impossível de nós sentarmos na mesma mesa e conversar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Entrevista com Edson Luis Macari

Edson Luis Macari
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 15/07/2010

Diego: Depois de muitas conversas com PT, DEM e PSDB, os peemedebistas vão ficar ao lado dos democratas, contrariando a decisão de muitos integrantes. Como saiu a aliança com os democratas?

Macari: Na verdade, é uma demonstração clara de que os partidos, em geral, e de uma forma quase que universal, são capitanias e têm donos, como é o caso aqui de Santa Catarina. A solução encontrada para este pleito atendeu especialmente e particularmente a uma situação que interessava a um dos grandes mandatários da sigla. Resolvido o impasse com relação ao projeto pessoal, o que sobrou do PMDB, como unidade política e histórica, restou acompanhar essa decisão, sem entrar nas questões ideológicas e na própria história do partido, porque, na verdade, essa aliança que governou o estado nos últimos oito anos, foi também resultado de um grande trabalho político, de base, em que o MDB, agora PMDB contribuiu, e muito, para modificar o panorama da gestão política do estado. O que prevalecia era o comando semi-oligárquico, ou oligárquico, com base em duas ou três famílias, donatárias das decisões políticas, e, com isso, hoje, evidentemente houve uma pulverização, o cenário é diferente, mas para os militantes históricos do PMDB, há um gosto de passado requintado com tudo isso, e, certamente, a par da capacidade de articulação, imensurável, de alguns desses grandes líderes das agremiações agora aliadas, o fato é que boa parte da militância vai tomar uma decisão de última hora, de último momento, e, certamente vai dificultar muito o trânsito da decisão dessas eleições, sendo o PMDB um eventual fiel nesta balança. Na minha percepção, e aqui é uma opinião pessoal, essa aliança, e a forma como ela foi conduzida, especialmente nesses últimos seis meses, ou último ano, e com os acontecimentos todos, conseguiram empanar essa decisão, conseguiram trazer problemas para essa decisão, na verdade, eles conseguiram, com isso, facilitar muito a campanha eleitoral dos adversários. Eu não me surpreenderia, se essa eleição fosse decidida no primeiro turno, e com vitória de outra agremiação, que não a dessa aliança.

Diego: Na esfera nacional, os desentendimentos internos, levando inclusive alguns integrantes da sigla a declarar voto para candidaturas adversárias, causou mal-estar dentro da agremiação peemedebista. Como as lideranças partidárias tentarão contornar esses problemas?

Macari: Novamente vem a cena, a questão do domínio das siglas partidárias, por verdadeiros donatários, mas o fato que é incontestável, é que a base e militância, do PMDB, historicamente, sempre foi de rebeldia, contra decisões de âmbito nacional, em que a questão da história do partido, do ideário partidário, se não fosse considerado, sempre se rebelou. Não é, por acaso, que em Santa Catarina, ocorreu uma das maiores contestações no cenário político, na Ditadura Militar. Já houveram embates nacionais, com relação a indecisões internas do partido, de alianças, de apoio ou não, e o fato incontroverso, é que um partido, do porte do PMDB, alijado há várias eleições da campanha majoritária para presidência, passa a ser um fiel de balança, vai se jogar para quem tiver a melhor proposta de apoio e de acordos, e não seria diferente aqui em Santa Catarina, mas, o que pode surpreender, é que a par da costumeira decapitação de novas lideranças, eventualmente surgem outras, e quem sabe, pode-se ressurgir, ou surgir, desse enfrentamento que se aproxima, um novo PMDB, e aqui, também de forma pessoal, eu penso que nós seremos surpreendidos pela dinâmica dos que hoje são nossos opositores, na formatação de alianças paralelas, e tal, sem deixar também, de poder considerar o efeito da popularidade do atual presidente da república, que certamente vai influenciar, e muito, alguns episódios de aliança a nível nacional e regional, mas, Santa Catarina costuma, eventualmente, apresentar uma forma de contestação muito própria, e talvez seja essa a única surpresa que se espera da próxima eleição no estado.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os peemedebistas vetaram qualquer tipo de aliança com o PP, principal adversário da sigla no plano estadual. Por que a sigla não busca diálogo com os progressistas visando acordos de parceria?

Macari: Só um fator pode explicar essa resistência, que é a própria história, e o passado político das duas agremiações e dos seus componentes. O que o PMDB do passado questionava, era da condução personalíssima, da sigla hoje progressista, por este ou daquele representante, mas o fato, é que isso hoje deixa de ser também um fator a ser muito considerado, porque coerência não é hoje um princípio predominante nessas alianças, e, se o passado já foi importante para a gente se orientar para um futuro, o fato é que hoje precisamos construir uma nova gestão política, lembrando que, a par do atraso sistemático que Santa Catarina apresentou ao longo dos anos, em termos de estadistas, que realmente conseguisse alavancar o estado, com um lugar neste pódio, que ele tanto merecia, nós temos hoje, fatos verdadeiramente gritantes com relação à infraestrura, só para falar no aeroporto. Não é por acaso que Santa Catarina foi excluída de eventos esportivos internacionais, por absoluta incapaidade física de acolher essa grande movimentação, por falta de estrutura. Alguma coisa foi feita nesse sentido, mas não mudou a questão do atraso, e lembrando, que Santa Catarina tem uma belíssima inserção no ponto de vista educativo, como os últimos indicadores assim descortinaram, ao mesmo tempo, convive com o atraso sistemático, falando, por exemplo, com relação ao saneamento básico. Segundo alguns informes, o estado ocuparia a penúltima posição em termos de sistemas de coleta e tratamento e destinação de esgoto no país, e isso contrasta com essa ideia progressista, que tem um dos melhores índices na questão da educação básica. Precisa sim uma nova liderança, e que saiba tornar esses desafios, apresentar propostas dinamizadoras, e possa soterrar, no passado, o que de mau foi feito até hoje, e, quiçá, o catarinense saiba fazer a melhor escolha e que tenhamos melhor sorte.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entrevista com Silvio Dreveck

Silvio Dreveck
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 08/07/2010

Diego: Quando saiu do governo, em 2002, os progressistas firmaram-se como um dos principais grupos de oposição ao governo do PMDB, adversário histórico no estado. Até que ponto uma sigla de grande expressão perde fora de uma coalizão governista?

Silvio: Nós temos no Brasil, um país democrático, onde um vai ser o vencedor o outro o perdedor, ou seja, quem decide é o eleitor, através do voto. Nós, quando perdemos a eleição, em 2002, ficamos com a obrigação de ficar na oposição. Essa decisão foi democrática, através do voto. Quando se perde, é muito relativo. Quem está no governo, tem a obrigação de fazer em favor da população. Nós, como oposição, cabe alertar a população, fiscalizar o governo, reivindicar, cobrar as políticas públicas que o governante não executa. Portanto, no que diz respeito a execução, quem está no poder político, tem a obrigação de fazer, e quem está na oposição, tem o papel de orientar, fiscalizar e acompanhar a população. Então, no aspecto político, dizer quem perdeu e quem ganhou, quem está no governo tem a obrigação de fazer e certamente tem suas benesses, quem está na oposição, perde nesse aspecto, da administração, que tem o dever de executar, mas também tem o reconhecimento da população quando o governo vai mal, então, nós temos colhemos os nossos frutos no trabalho de oposição.

Diego: Depois de integrar o governo Luiz Henrique, o PDT lança nesta eleição o candidato a vice na coligação com os pepistas. Como surgiu a aliança com os pedetistas?

Silvio: O nosso partido tomou uma decisão, quando iniciamos as coligações, e o único partido que nós não tínhamos como objetivo de coligar, não contra as pessoas, mas por ser histórico, o nosso concorrente, que é o PMDB. Os demais partidos, todos eles, nós estávamos conversando, para quem quisesse coligar conosco, não concorda com o atual governo, e o PDT, foi um partido que veio conosco, por disconcordar com a política do governo estadual, além de suas outras razões internas, da sigla, em relação ao candidato à presidência da república, foi um convite nosso e uma decisão do PDT, que nos levaram a fechar esta coligação.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os progressistas vetaram qualquer tipo de aliança com o PMDB, adversário histórico da agremiação no plano estadual. Por que o partido não busca diálogo com os peemedebistas visando acordos de parceria?

Silvio: Nós não temos como fazer uma coalizão de tantos partidos. Você imagina, se nosso partido ainda se unisse ao PMDB, ao PSDB e ao DEM, praticamente nós iríamos acabar com a democracia em Santa Catarina. Então, como eu disse, não fomos escolhidos na eleição, e nem na reeleição, portanto, nos coube a responsabilidade de dar uma alternativa ao eleitor catarinense, em escolher por continuar com o governo que está, ou uma alternativa ou outra proposta, por isso que não coligamos com o PMDB, por conta desse fato, e também por sermos concorrentes históricos, e isso é democraticamente bom.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Entrevista com César Souza Júnior

César Souza Júnior
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: Durante esses quatro anos, a sigla trocou o nome de PFL para DEM, buscando uma nova identificação com o eleitorado. Quais os pontos fortes e fracos dessa mudança?

César Jr.: Os pontos fortes que buscamos, com a sigla DEM, modernizar o partido, não só a mudança no nome, mas também que ela possibilitasse o acesso de novas lideranças. O Democratas, sobretudo em Santa Catarina, tem novas lideranças muito representativas, como os deputados estaduais Jean Kuhlmann e Gelson Merísio, o próprio deputado federal Paulo Bornhausen, temos prefeitos jovens, como o caso dos prefeitos Mamão (Rafael Laske), de Joaçaba, e Milton Hobbus (Rio do Sul), e o próprio Raimundo Colombo, que em relação ao governo é uma novidade. Essa era a intenção, dar uma arejada no partido, até que o comando passasse para essas lideranças mais jovens. O ruim, é principalmente em relação àqueles mais antigos, mais acostumados com a sigla PFL, que era também uma sigla forte, que se desacostumaram um pouco com a mudança. Mas acredito que o saldo final da modificação, mais pela questão das novas lideranças e menos pela mudança de sigla, é que foi favorável.

Diego: Na eleição passada, os ainda liberais deixaram o grupo de oposição para integrar a base governista, indicada pelos eleitores para permanecer na administração pública. Em 2010, os democratas passam a liderar a aliança de coalizão, em torno de Raimundo Colombo. Qual a importância para o partido estar a frente do bloco situacionista?

César Jr.: Foi uma relação que foi construída principalmente pelas bancadas estaduais, a aproximação com o PMDB foi uma ação da tal polialiança, que culminou com a reeleição do Luiz Henrique e com a eleição de Raimundo Colombo pelo o senado, e foi positivo. Eu acho que no multipartidarismo brasileiro, onde há tantas siglas, é essencial para garantir essa governabilidade que se tenham coligações. É muito difuso o quadro partidário brasileiro e essas alianças são legítimas. Creio que foi um governo bem sucedido, e que agora tem a reedição dessa aglutinação partidária catarinense, em torno do nome do senador Raimundo Colombo.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os democratas vetaram qualquer tipo de aliança com o PT, principal adversário da agremiação no plano federal. Por que o partido não busca diálogo com os petistas visando acordos de parceria?

César Jr.: Como eu coloquei antes, é fundamental que tenhamos posições partidárias, mas não pode haver também uma mudança radical. Democratas e petistas ocupam uma posição bastante díspar, do ponto de vista programático. Por isso eu creio que não podemos nos furtar ao diálogo. Aqui na Assembleia, por exemplo, tenho uma boa relação com a bancada do PT, mas fazer junto um projeto, já é uma salada partidária muito grande, então, diálogo construtivo sim, agora, estar junto em um projeto, aí vamos acabar fazendo com que o eleitor não consiga compreender que duas siglas visões de estado tão distantes, acabem se unindo. Dialogar sim, construir junto com o PT, realmente não é possível.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Alianças partidárias

As principais mudanças ocorridas no plano das coligações desde a retomada das eleições diretas no estado

Desde o retorno das eleições diretas, em 1982, o processo eleitoral passou por inúmeras mudanças. A mais acentuada foi entre as agremiações partidárias. Dentre as principais siglas, não houve coalizões entre PT e DEM (antigo PFL), e PMDB e PP (antigo PDS). Em 1994, PT e PFL apoiaram Paulo Afonso Vieira contra Ângela Amin, no 2º turno, mas os petistas ficaram na oposição após o pleito, enquanto os liberais apoiaram o peemedebista durante boa parte do mandato.

Um partido que integrou diferentes alianças, foi o PSDB. Em 1990, teve candidato próprio na corrida pelo governo, aliando-se com o PMDB na disputa pelo senado. Quatro anos depois, integrou a Frente Popular, apoiando Nelson Wedekin, então no PDT, aliado também a PT, PC do B, PPS e PSB, dentre outras siglas de esquerda. Na disputa seguinte, integrou a coligação Mais Santa Catarina, com PPB (atual PP) e o PFL, grupo vencedor em torno da candidatura de Esperidião Amin. Nas duas eleições de Luiz Henrique da Silveira, do PMDB, os peesedebistas tiveram os melhores resultados, ganhando espaço no cenário eleitoral catarinense, com a indicação de Leonel Pavan ao senado, em 2002, obtendo significativo crescimento da sigla nos últimos anos.

O PRB (Partido Republicano Brasileiro) e PR (Partido da República) foram o antigo Partido Liberal (PL). Os liberais estiveram durante anos com os pefelistas, aliando-se ao PT em 2002, em aliança muito questionada e discutida na época, principalmente por militantes históricos da agremiação petista. Em âmbito nacional, Lula chegou ao poder e foi reeleito em 2006, com boas possibilidades de emplacar Dilma Rousseff neste ano.

Duas mudanças neste quadro foram destacadas pelo cientista social e jornalista Cláudio Prisco Paraíso. Prisco destaca a união do antigo PFL com o PMDB nas eleições de 1994, quando Jorge Bornhausen apoiou Paulo Afonso e integrou a gestão do peemedebista, e, em 2006, quando juntou-se com Luiz Henrique, saindo do grupo de oposição. Nas eleições de 2002, o ex-prefeito de Joinville foi eleito com a bandeira da descentralização, além de criticar o modelo oligárquico no estado, em alusão as famílias Amin e Bornhausen. Quatro anos depois, aconteceu a aliança entre ambos, com a reeleição do peemedebista e a chegada de Raimundo Colombo ao senado. Mas, de acordo com o jornalista, a mudança mais acentuada foi entre o PT, de Ideli Salvatti, com o PP de Esperidião e Ângela Amin. Petistas e progressistas, adversários históricos, trocaram apoios em 2006, com os pepistas recebendo o apoio do grupo trabalhista na esfera estadual, enquanto nas eleições federais, Lula foi apoiado pelos antigos adversários.

Até meados da década de 1990, havia uma união mais alinhada entre as siglas, com alianças mais direcionadas ao plano ideológico, os segmentos de esquerda coligados às agremiações que defendiam as mesmas bandeiras, de esquerda (socialistas), centro (sociais-democratas) e direita (liberais e progressistas). Porém, nos últimos 10 anos, conforme Prisco, ocorreu uma geleia geral, “um samba do crioulo doido”, confundindo o eleitorado, devido as alianças entre agremiações defendendo ideais completamente distindos.

domingo, 15 de agosto de 2010

Eleições 2010

Nesta reportagem, o blogueiro realizou algumas entrevistas, com políticos, jornalistas e profissionais ligados ao assunto.

Os temas abordados foram as alianças partidárias, as principais reformas a serem feitas no sistema eleitoral, e uma entrevista com Luiz Henrique Fogaça, assessor de imprensa do deputado Décio Góes, falando sobre a rotina de um jornalista nas atividades parlamentares.

Cronograma das matérias produzidas e entrevistas realizadas

16/08/2010: Alianças partidárias
As principais mudanças ocorridas no plano das coligações desde a retomada das eleições diretas no estado

17/08/2010: Entrevista com César Souza Júnior

18/08/2010: Entrevista com Silvio Dreveck

19/08/2010: Entrevista com Edson Luis Macari

20/08/2010: Entrevista com Flávio Bernardes

21/08/2010: Entrevista com José Fritsch

22/08/2010: Entrevista com Sargento Amauri Soares

23/08/2010: Entrevista com Paulo César Wilpert

24/08/2010: Entrevista com Dércio Knop

25/08/2010: Entrevista com Anésio Hammes

26/08/2010: Entrevista com Cláudio Prisco Paraíso

27/08/2010: Entrevista com Celso Martins

28/08/2010: Entrevista com Sérgio Rubim (Canga)

29/08/2010: Entrevista com Samir Machado

30/08/2010: Reformas no sistema eleitoral
Parte 1: Partidos políticos

31/08/2010: Reformas no sistema eleitoral
Parte 2: Sistema eleitoral

01/09/2010: Entrevista com Décio Góes

02/09/2010: Entrevista com Joares Ponticelli

03/09/2010: Entrevista com Sérgio Luiz Ferreira

04/09/2010: Entrevista com Nelson Maurílio Coelho Junior

05/09/2010: Entrevista com Thiago Quadros

07/09/2010: Entrevista com Luiz Henrique Fogaça
O trabalho do assessor de imprensa nas atividades parlamentares

domingo, 8 de agosto de 2010

Disputas internas podem custar caro para a Red Bull



O que vem acontecendo na Red Bull, nesta temporada, é fato que aconteceu em outras ocasiões na Fórmula 1, na qual as disputas entre companheiros de equipe custaram títulos, principalmente no campeonato de pilotos.

A Williams passou por essa situação duas vezes. Em 1981 e 1986, mesmo conquistando o caneco entre as escuderias, o time de Grove não levou entre os compedidores. Nelson Piquet, correndo pela Brabham em 1981, aproveitou-se da briga envolvendo Alan Jones e Carlos Reutemann e saiu campeão, passando pela mesma situação cinco anos depois, novamente na associação dirigida por Frank Williams, desta vez com o brasileiro e o britânico Nigel Mansell, favorecido pela equipe. Assim, Alain Prost, correndo pela McLaren, foi o beneficiado, faturando o segundo dos quatro títulos que conquistou na Fórmula 1.

Em 2007, foi a vez da equipe de Woking ver o título ficar nas mãos da concorrência. O espanhol Fernando Alonso, com o status de campeão mundial, teve que disputar a atenção da equipe com o então estreante Lewis Hamilton. No fim, Kimi Raikkonen, que tinha defendido a McLaren até o ano anterior, foi para a rival Ferrari e ganhou o troféu no Brasil, tirando uma desvantagem considerável nas duas corridas finais, ganhando de Alonso e Hamilton por apenas um ponto.


Neste ano, a Red Bull, com o carro mais rápido do grid, vem conquistando poles e voltas mais rápidas, mas não vem traduzindo a mesma superioridade na tabela de classificação. Dois incidentes ascenderam o sinal de alerta na escuderia comandada pelo milionário austríaco Dietrich Mateschitz. A primeira foi na Turquia, quando Sebastian Vettel colidiu com Mark Webber quando tentava passar o companheiro, abandonando a disputa e rebaixando o austríaco ao 3º lugar, dando a vitória de presente para Lewis Hamilton e Jenson Button, da McLaren. Na Inglaterra, mais polêmica. Na largada, Vettel teve um pneu furado e acusou o colega de causar o estrago, comprometendo a corrida do piloto alemão, enquanto o australiano, após vencer a etapa, proferiu a frase “nothing badly for second driver”, em português, “nada mal para um segundo piloto”, reclamando dos benefícios concedidos ao companheiro durante os treinos de classificação, no dia anterior.

Os touros vermelhos têm uma grande vantagem em relação aos adversários neste ano, mas os incidentes caseiros trazem na cabeça dos espectadores e torcedores o famoso “já vi esse filme antes”, podendo jogar pela janela uma conquista provável por causa também da falta de comando dos dirigentes, não impondo os limites necessários nas disputas internas.

Leia também:
Blog Fórmula 1 (Tomás Motta): Disputas internas podem custar caro para a Red Bull

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Renault fornecerá motores para a Lotus em 2011

Parceira da companhia fundada por Colin Chapman entre 1983 e 1986, montadora francesa voltará a trabalhar com a Lotus no próximo ano

A Renault, que fornece motores para a própria escuderia e para a Red Bull, voltará a trabalhar com a Lotus em 2011, passando a distribuir os propulsores a três equipes, assim como a Mercedes, que, além do time da fábrica, tem a McLaren, sócia da marca alemã até o fim de 2011, e a Force India como clientes.

Com isso, os franceses retornam a parceria feita na década de 1980, na era turbo, que durou entre 1977 e 1988, iniciada pela marca gaulesa. Entre 1983 e 1986, a Lotus recebeu da Renault os propulsores, conquistando 19 poles, sendo 15 com Ayrton Senna, três com Elio de Angelis e uma com Nigel Mansell, em Dallas, 1984, na corrida em que o britânico desmaiou tentando carregar o carro, sem combustível, até a linha de chegada. Vitórias, foram cinco, quatro com Ayrton Senna e uma com Elio de Angelis, em San Marino, 1985, quando Alain Prost foi desclassificado.

Foi a bordo da Lotus, equipada com os motores franceses, que Ayrton Senna conquistou as primeiras poles e vitórias na Fórmula 1. A primeira, foi em Portugal, em 1985, quando sob chuva, largou na frente e manteve-se na dianteira até o final.

Leia mais:

Lancenet: Renault será fornecedora de motor da Lotus