segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Entrevista com Paulo César Wilpert

Paulo César Wilpert
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: O grupo é formado, basicamente, por ex-integrantes do PT, insatisfeitos com os rumos tomados quando chegaram ao poder, em 2002, diante dos casos de corrupção, tanto condenados quando os petistas eram oposição, além de alianças com antigos adversários políticos. Como o PSOL está buscando espaço no cenário eleitoral?

Paulo: Primeiro, o envolvimento com os movimentos sociais. Nenhum partido de esquerda, que queira estar envolvido com as lutas do povo, não tem que pensar somente em eleição. Na verdade, é um momento, uma fase da vida do partido. Ele tem que estar bem encharcado, com o povo, envolvido diretamente com as lutas populares. É dessa forma, e utilizando os espaços, como este agora, da eleição, para fazer o debate com a sociedade, e mostrar que nenhum partido consegue realmente representar o povo, se não estiver envolvido com o povo.

Diego: Além do pouco espaço na mídia, os partidos de oposição, de pouca representatividade, há as dificuldades de chegar a um acordo na formação de uma aliança, no caso do PSOL, as agremiações do PSTU e PCB, mais alinhadas com os ideais socialistas. Quais fatores dificultam acordos com as associações citadas?

Paulo: Com o PSTU, que é um aliado histórico, nós temos alianças na luta sindical. Já fizemos a frente de esquerda com eles. E com o PCB, não é programática, é meramente pragmática. O PSTU apresentou para nós uma proposta, por exemplo, na eleição de 2008, para prefeito, na formação da chapa, que não condizia com a realidade. Nós tínhamos um partido com menos tempo de formação, e ofereceríamos mais candidatos em detrimento de que eles ofereciam menos candidatos, e, mesmo assim, eles queriam metade do tempo. Agora, especificamente nesta eleição, eles não quiseram se coligar conosco, alegando que nós buscamos outras alianças, com outros partidos, o que na nossa opinião, é pífio, porque, como um partido de esquerda precisa e falei anteriormente, estar envolvido na luta do povo, mas precisamos conversar com outros segmentos sim, desde que eles tenham convencimento programático. Com o PCB, a questão foi menos programática, e foi mais no campo da tática. Eles avaliaram que teriam um candidato em potencial, em um determinado estado, e queriam exclusividade de tempo, e que, para nós, como temos um tempo pequeno na televisão, e se não utilizamos ele para fazer o debate e divulgarmos as nossas propostas, fica complicado.

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