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domingo, 10 de agosto de 2014

Os 100 anos do Primeira Guerra Mundial

Conflito mudou a ordem geopolítica do planeta

Com a emancipação da Alemanha e da Itália, na segunda metade do Século XIX, duas novas potências começaram a ameaçar a hegemonia inglesa, tanto no continente europeu, como nas colônias localizadas na Ásia e na África.

As principais potências europeias, com a iminência de um conflito, iniciaram uma política de alianças. Os alemães uniram-se aos italianos e austro-húngaros, formando a Tríplice Aliança, em 1882. Anos mais tarde, em 1905, ingleses e franceses, outrora inimigos, juntaram-se com os russos, formando a Tríplice Entente. Fora as parcerias, a ascensão da Alemanha, que ficou com a Alsácia e Lorena, territórios da França, conquistado na guerra franco-prussiana, em 1870, acirrou a rivalidade entre as duas nações. Com a expansão dos tedescos, os britânicos, maior potência política e econômica no período, via a posição ameaçada no cenário regional e global.

Durante algumas décadas, a “paz armada” reinou. Até junho de 1914, quando o herdeiro do trono austríaco, Francisco Ferdinando, foi assassinado por Gavrilo Princip, em Sarajevo, capital sérvia. O incidente foi o estopim para iniciar um conflito que se aproximava, devido as tensões entre os países, não só na Europa, mas também nas colônias situadas na África e na Ásia. Apoiada pelos russos, a Sérvia não se retratou ao império austro-húngaro, deixando alemães e austríacos de um lado, contra ingleses, franceses, russos e belgas, em lado oposto. Território neutro, a Bélgica foi invadida pelo exército alemão, ingressando no combate ao lado da Entente. Os italianos, devido a promessa de territórios, ficaram contra o grupo em que integravam.

O confronto seguiu equilibrado até 1917, quando o conflito tomou rumos decisivos. Com o início da revolução socialista, que em 1922 deu início a União Soviética, culminando na queda do czar Nicolau II. Os russos assinaram um acordo de paz com a Alemanha, deixando a guerra, enquanto os Estados Unidos, após terem dois navios afundados por submarinos alemães, ingressaram ao lado dos ingleses. As batalhas duraram até novembro de 1918, quando o governo tedesco assinou um armistício com os ingleses e franceses.

Após a derrota, os germânicos sofreram inúmeras perdas territoriais e financeiras. Os austríacos perderam a Hungria, que se tornou independente. A Sérvia deu lugar a Iugoslávia. Alemanha e Rússia deixaram de ser países vizinhos, com o surgimento da Polônia. O tratado de Versalhes, assinado em 1919, foi o pontapé inicial para a Segunda Guerra, que aconteceu entre 1939 a 1945, o conflito mais violento da história da humanidade, devido as punições pesadas aos países derrotados na primeira guerra. A Liga das Nações foi criada com a missão de manter a paz, mas revelou-se ineficiente, por não aceitar Alemanha e União Soviética, além da ausência dos Estados Unidos, que se tornou a principal potência política e econômica do mundo.

A grave crise social e econômica que os alemães enfrentaram durante pouco mais de uma década contribuiu para o surgimento de lideranças ultranacionalistas, como Benito Mussolini, na Itália, e Adolf Hitler, na Alemanha. Ambos formaram um acordo também com o Japão, criando o eixo Roma-Berlim-Tóquio, marcado pelo uso da força na conquista por territórios, dando início a uma nova guerra.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Fim dos eternos mandatos?

Enfim, o Congresso Nacional propôs um projeto de lei que limita o tempo de gestão dos dirigentes de entidades esportivas, ilimitadas no Brasil.

Federações e Comitês, acostumados com o loteamento e ao feudalismo, em que os cartolas mantém-se por um longo período no comando das instituições, parece que vai acabar. No país, temos inúmeros exemplos. Alguns permanecem há décadas no poder e praticamente nada fazem para modernizar ou melhorar a administração do esporte nacional, além de inúmeros problemas, sem investimentos pontuais e comprometimento profissional, causando descontentamento até de vários atletas, de diversas modalidades, que vem contestando cada vez mais a falta de transparência e interesse coletivo, pensando apenas nas vantagens que o cargo os oferecem.

Esperamos que a nova lei seja cumprida, para acabar com o feudalismo e tenhamos dirigentes mais profissionais e indicados democraticamente.

Texto retirado do colunista esportivo Rodrigo Santos

Informações da assessoria do Senado Federal:

A tendência de dirigentes de entidades desportivas ficarem décadas em seus cargos pode estar com os dias contados. A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) aprovou, nesta terça-feira (3), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 253/2012, que cria normas para fixar regras de reeleição e de duração dos mandatos dos dirigentes de entidades desportivas.

A proposta, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), determina, por exemplo, que os dirigentes das entidades de administração do esporte podem ser reeleitos, mas que tal hipótese se realizaria uma única vez, e que cada mandato não pode ser superior a quatro anos.

A relatora, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), apresentou relatório pela aprovação do projeto. Mesmo ausente, por estar em missão oficial, a relatora pediu que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fosse designado relator ad hoc para que o projeto não deixasse de ser apreciado nesta terça-feira.

De acordo com a relatora, a proposta “efetivamente aperfeiçoa a disciplina legal do funcionamento das entidades de direção do esporte em nosso País, e corresponde à sua necessária dimensão democrática”. Lídice aponta que o projeto atende “tanto ao princípio republicano, ao estipular limites ao mandato e restrições à elegibilidade de parentes, como também à transparência que deve reger o funcionamento dessas instituições, que, embora privadas, exercem funções que parecem indubitavelmente eivadas de um múnus público”.

De acordo com a proposta, ficam ainda proibidas as eleições de cônjuges e parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do dirigente eleito para o mandato com exercício imediatamente anterior às eleições.

Após a aprovação da proposta, o autor celebrou o resultado, agradecendo ao presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Cássio Cunha Lima disse que o projeto atende a um reclamo da sociedade brasileira, principalmente da comunidade desportiva, evitando que federações passem 40 anos sob o mesmo comando.

- A matéria segue agora para a Câmara dos Deputados e lá tenho certeza de que os representantes do povo brasileiro deverão apreciar com a presteza e a diligência necessárias – disse o autor.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também comemorou a aprovação do projeto e afirmou que é preciso ter coragem para desbaratar a “caixa preta” da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ranfolfe comparou a CBF com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), responsável pela arrecadação de direitos autorais.

Para Randolfe, Cássio Cunha Lima começou a tentar resolver o problema da corrupção que existe nas federações esportivas, principalmente, no futebol.

- Se, em relação ao Ecad, nós conseguimos ainda colocar a mão para desbaratar a caixa preta que lá está, no que tange à CBF nós não conseguimos. Esta, tentou-se de várias formas, mas é uma caixa preta blindada de tudo quanto é jeito – afirmou.


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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Novos movimentos

Com a Copa do Mundo e a Olimpíada se aproximando, os olhos dos outros países têm se voltado para o Brasil. Diante das ondas de corrupção e negociatas no meio político, parte da opinião pública perdeu a credibilidade com o segmento, principalmente em torno das agremiações partidárias, cada vez menos programáticas e pensando apenas no espaço junto ao poder central e aos segundos de televisão.

Custo de vida caro, altas cargas de impostos, aliados aos problemas sociais, como na saúde, educação e segurança, fora os inúmeros casos de corrupção nos poderes executivo e legislativo, os elevados custos para construção de estádios e de uma estrutura para receber os dois principais eventos esportivos, despreocupados em investimento social e em melhorias para a sociedade, trabalham apenas em benefício próprio.

Os jogos panamericanos de 2007 demonstraram a falta de visão a longo prazo de nossos representantes políticos e esportivos, desmanchando o que foi feito para a disputa esportiva no continente e refazendo uma nova estrutura para receber as delegações de outros países, gerando um verdadeiro desperdício de dinheiro público para receber eventos da iniciativa privada. Se bem aproveitado, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos poderão trazer bons dividendos ao país, porém, a falta de maturidade política, disputas tacanhas entre legendas e dirigentes interessados apenas em autopromoção, jogam por terra a chance de elevar o patamar do país no cenário internacional.

Os custos tirados dos impostos pagos pelo povo sendo investidos em publicidade e em estrutura privada, atendendo a pequena parcela, vem gerando uma série de revoltas, espalhando-se pelo país. As manifestações populares ocorridas nas principais metrópoles, por conta das altas nas tarifas de passagens no transporte coletivo, impulsionaram uma série de protestos contra a corrupção, visando também melhorias sociais e na qualidade de vida da população. O refrão, cantado no comercial da Volkswagen, “vem pra rua, por que a rua é a maior arquibancada do Brasil”, ganha força nos grandes centros, mas em luta por uma sociedade mais justa, em movimentos apartidários.

No último sábado, no Festival Audiovisual do Mercosul, realizado desde 1997 em Florianópolis, após a exibição do documentário “Dossiê Jango”, no mesmo horário em que o Brasil superava o Japão pela Copa das Confederações, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, deposto por um golpe político, disse que “em 2014, não será apenas o ano da Copa no Brasil, mas também de uma grande reflexão”, lembrando os 50 anos da implantação da Ditadura Militar, período que o país ficou submetido a um regime de censura e manifestações contrárias ao poder público.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma nova alternativa?

Com mais uma sigla a ingressar no quadro partidário brasileiro, o cenário político supera a marca das três dezenas de agremiações inscritas no Tribunal Regional Eleitoral.

Sem se posicionar como de esquerda ou de direita, a nova legenda fará alianças conforme concordância de projetos ou posicionamentos políticos, sem restrições ideológicas. Liderado pela ex-petista Marina Silva, candidata em 2010 pelo Partido Verde, saiu da sigla para iniciar um novo projeto, buscando uma nova alternativa política, tentando quebrar o atual paradigma do sistema vigente. Outros parlamentares, de diversas siglas, como os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ).

Correligionária da ex-ministra do meio ambiente nos tempos de PT, a alagoana Heloisa Helena, atualmente no PSOL, vem participando ativamente na formação da Rede Sustentabilidade, defendendo como princípios fundamentais o meio ambiente e a ética na sociedade. Uma das exigências é a filiação de pessoas sem condenações por crimes na justiça, além de restringir doações por empresas tabagistas, de armas, álcool ou agrotóxicos.

Por conta da falta de critério nas formações de alianças nas eleições, a nova legenda poderá ocupar um espaço vago desde a polarização entre PT e PSDB na presidência da república, como nova alternativa ao domínio tucano-petista. Nas eleições do próximo ano, Marina Silva e Heloisa Helena terão um melhor panorama sobre o novo projeto de mudança que ambas estão propondo.

Texto publicado na Revista Olhares, no Facebook

Revista Olhares

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Candidatos as presidências da câmara e do senado sob suspeita de irregularidades

A candidatura do alagoano Renan Calheiros à presidência do Senado, sem adversários, após a desistência do ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e do potiguar Henrique Eduardo Alves entre os deputados, mantém a sigla em evidência o PMDB no cenário nacional. Além de ocupar a vice-presidência com Michel Temer, os peemedebistas podem conseguir as duas principais cadeiras do Congresso Nacional.

Por outro lado, ambos enfrentam denúncias na justiça por conta de irregularidades políticas. Renan, quando presidia o senado, pediu afastamento após denúncias de pagamentos de pensão, feita por um lobista, a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, renunciando ao mandato para escapar do processo de cassação. Novamente candidato a presidência da casa, volta a enfrentar acusações, desta vez por crimes ambientais, após a empresa do parlamentar ser responsabilizada pela pavimentação de uma estrada dentro da Estação Ecológica de Murici, em Alagoas.

Assim como o correligionário, Henrique Alves volta a se envolver em escândalos. Em 2002, quando estava cotado para ocupar a vice-presidência na candidatura de José Serra, enfrentava um processo litigioso com a ex-mulher Mônica Infante de Azambuja Alves, foi acusado de possuir contas em paraísos fiscais. Mesmo em plena campanha, volta a enfrentar novas denúncias. A primeira é sobre a contratação de veículos no gabinete e possível favorecimento em emendas parlamentares, e, também, contribuindo financeiramente para empresa de um dos assessores.

Mesmo discursando em favor da moralidade e dos bons valores morais, grande parte dos nossos representantes políticos com mandato enfrentam acusações por atitudes irregulares. Tanto o senado, quanto a câmara dos deputados, sobram maus exemplos.

"Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"

Texto publicado na Revista Olhares, no Facebook


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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Fontes de pesquisa

Livros:

Celestino Sachet e Sérgio Sachet: O Contestado
Elio Serpa: A Guerra do Contestado (1912-1916)
Guido Wilmar Sassi: Geração do Deserto
Walter Tenório Cavalcanti: Guerra do Contestado

Entrevistas:

Celso Martins (Jornalista e Historiador)
Dario Prado Junior (Fotógrafo e Jornalista)
Esperidião Amin (Professor universitário e Ex-governador)
Gilead Mauricio (Administrador e Jornalista)
Paulo Roberto Hapner (Advogado e Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná)
Vicente Telles (Museu do Contestado)

Internet:

Brasil, 1912: A Guerra dos Pelados
Disponível em:
Acesso: em 19 ago. 2012

Brasil Escola: Guerra do Contestado
Disponível em:
Acesso em: 19 ago. 2012

Contestado: A guerra desconhecida (Cangablog)
Disponível em:
Acesso em: 7 out. 2012

Guerra do Contestado (Dicas grátis na Net)
Disponível em:
Acesso em: 7 out. 2012

História da Ferrovia do Contestado (Vida Dmaquinista)
Disponível em:
Acesso em: 7 out. 2012

Histoire du Brésil: Guerra do Contestado
Disponível em:
Acesso em: 19 ago. 2012

Infoescola: Guerra do Contestado
Disponível em:
Acesso em: 19 ago. 2012

Wikipédia: A Guerra dos Pelados
Disponível em:
Acesso em: 19 ago. 2012

Wikipédia: Manoel da Silva Mafra (Conselheiro Mafra)
Disponível em:
Acesso em: 7 out. 2012

Vídeos:

A Guerra dos Pelados: Sylvio Back

Contestado: A guerra desconhecida: Dario de Almeida Prado Junior e Sergio Rubim (Canga)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Gilead Mauricio


Gilead Mauricio
Foto: Diego Wendhausen Passos

Gilead Mauricio é formado em Administração, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e em Jornalismo pela Faculdade Estácio de Sá, de Santa Catarina. Atua como trabalhador autônomo.

Data da entrevista: 15/08/2012

Diego: Como surgiu a ideia de realizar o trabalho sobre a Guerra do Contestado?

Gilead: Durante a faculdade de Jornalismo, eu tinha a ideia de fazer o trabalho sobre o Contestado, realizando um mapeamento, por que eu gostava muito do tema, achava interessante, mas da mesma forma lia sobre o assunto, não entendia onde foi o evento, em que lugar aconteceu, como são aqueles lugares atualmente. Eu tentava analisar, mas ficava meio distante, não dava para ligar com a realidade, queria fazer um mapeamento, ver como é hoje, como estão esses locais, se há descendentes dos caboclos. Buscava pesquisar isso, eu não encontrava nos livros. As publicações que pesquisei eram boas, muitas delas interessantes, mas não conseguiam situar o leitor dentro do evento guerra do Contestado. Vou fazer sobre isso, escrever um livro, e o Trabalho de Conclusão de Curso foi o primeiro passo. Faço ele como trampolim para depois fazer o livro.

Diego: Quais foram as principais dificuldades para a realização do trabalho?

Gilead: A primeira, a distância. Daqui até Caçador são 400 quilômetros. Tem que se ausentar daqui para ir até a região. Segundo, é encontrar os locais onde houveram os conflitos, diferente de Canudos, por exemplo, ocorrida em um lugar, a guerra do Contestado teve diversos palcos. Você vai encontrar em um raio de 100 quilômetros, de Caçador, você vai passar por vários lugares onde houveram confrontos, visando situar esses lugares, esquecidos hoje. Tinha que procurar um historiador que conheceu aquela região, para saber onde ficavam os antigos redutos. Isso é difícil de encontrar, e aproveitei para fazer um mapeamento e no meu livro falo onde ficam esses lugares, para facilitar o leitor, por que não sabia onde eram. Precisei ler bastante, conversar com muitos historiadores, que sabiam onde ficava o lugar, mas também há vários que não sabem onde fica. Eles escreveram, mas não sabem onde se situa, onde ficam aqueles locais. É difícil encontrar aqueles locais. Em lugares como Timbó Grande, por exemplo, é muito difícil de chegar, mais complicado de encontrar.

Diego: Em relação as fontes de pesquisa, o material é fácil de encontrar ou a quantidade é pequena?

Gilead: O material é fácil. As primeiras fontes de pesquisa foram os livros, publicados hoje. Alguns deles não tem mais a venda, por isso necessitei procurar, fazer uma cópia, porque você não encontra. Alguns deles são impossíveis, livros raros e você não encontra. Os primeiros escritos dos militares, no início do século passado, depois da guerra, muitos não existem mais. Se você consegue um exemplar desses, é o único jeito é fazer uma cópia. Os livros, muitos estão acessíveis. Outros mais difíceis tem que correr atrás, mas se o pesquisador quiser saber mais, tem os museus. Se a pessoa chegar hoje, no museu do Contestado, é bem atendido. Outra fonte são os historiadores. Do tema, que pesquisam sobre o conflito. Todos eles são acessíveis. Acho que o historiador do evento quer passar a ideia, que as pessoas entendam e eles querem vender a ideia do Contestado. Eles não se furtam a dar a informação, furtam a sentar com você uma ou duas horas para falar sobre o assunto para explicar, e, percebendo que você está fazendo um trabalho sério, eles vão sentar contigo. Todos eles foram muito solícitos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Dario de Almeida Prado Junior


Dario Prado Junior e Sérgio Rubim (Canga)
Foto: Diego Wendhausen Passos

Dario de Almeida Prado Junior é jornalista e fotógrafo. Trabalhou nas revistas Veja, Visão, Jornal O Estado, Jornal da Bahia, foi colaborador do Jornal Afinal. Atualmente atua como fotógrafo e taxista.

Data da entrevista: 08/08/2012

Diego: Como surgiu a ideia de produzir um material sobre a guerra do Contestado?

Dario: Em 1984, no governo de Esperidião Amin, o Sérgio Rubim (Canga), o Jurandir Pires de Camargo, e eu, Dario de Almeida Prado Junior, apresentamos um projeto para o governador, para fazer um documentário sobre a guerra do Contestado. A ideia era viajar pelo estado, buscar os remanescentes do conflito e registrar entrevistas com eles, que nós fizemos no período de 1984 e 1985. No final do ano de 1985, nós tínhamos rodado 30 mil quilômetros, encontrado alguns sobreviventes, e com eles realizamos as gravações propostas, e lançamos um documentário de 56 minutos de duração, chamado de Contestado: a guerra desconhecida. O título deve-se ao fato de que se tratava de um conflito acontecido no Brasil, praticamente na região hoje compreendida pelo estado de Santa Catarina, e que tem uma importância muito grande na história brasileira.

Diego: Pegando o final do período militar, e já o período pós-ditadura, ainda pegando o período de censura, de transição do período de repressão para abertura política, vocês chegaram a enfrentar alguma dificuldade para publicação dos materiais?

Dario: Na publicação não, mas quando fizemos em 1984 e 1985, ainda era ditadura, no governo do general João Baptista Figueiredo, aquele que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo, e nós não podemos, não pensamos e nem conseguimos nenhum contato para fazer uma pesquisa nos arquivos do exército, por exemplo. Essa dificuldade houve. Para veiculação do material, não. Nós participamos inclusive de uma mostra de filmes que se abordavam a questão da posse da terra no Brasil, em um evento promovido pela Unicamp, e acabamos ganhando um prêmio especial do júri, pelo nosso trabalho, eles ficaram com uma cópia nos arquivos da universidade, e foi muito positivo para nós.

Diego: E com relação aos materiais, teve bastantes dificuldades ou na época o material era vasto, de fácil pesquisa?

Dario: Não era de fato pesquisa. Viajamos muito e encontramos muita gente que não quis falar, sentiram-se intimidadas, passados 60 anos do conflito, por terem sido os perdedores, na sua maioria. Nós entrevistamos apenas os soldados, os outros foram revoltosos, ou ligados ao grupo, e como eles eram os perdedores, são vistos como os monstros da guerra, então eles se sentiam intimidados em fazer entrevista, mas muitos foram mais generosos, compreensivos e nós conseguimos produzir o vídeo.

domingo, 21 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Vicente Telles


Vicente Telles
Foto: Diego Wendhausen Passos

Vicente Telles trabalha no museu do Contestado, no município de Irani

Data da entrevista: 03/08/2012

Diego: Que viés tem o Contestado? Quais são eles?

Vicente: Eu entendo que o Contestado tem três vieses fundamentais: a informação, importantíssima base, fundamental para o conhecimento genérico da história, é o corpo que engloba ele. Agora, tem o outro viés, o da deformação. Quer dizer a coisa errada, são as pessoas que exploram a causa em favor próprio, e não a causa pela causa. Nós precisamos obter os sentimentos. O cidadão que escreve, às vezes, por conveniência, para ele, e não pela causa. Seriam os estelionatários da história, que estão buscando querer ganhar dinheiro em cima da história. Então, eu digo, viés é a informação, tem outro viés, da deformação, o que eu acabei de falar, e o da formação, ensinando os exemplos de coragem e de bravura dos caboclos do Contestado contra a opressão. Esses são exemplos que eu enfatizo em minhas palestras para alunos que recebo no meu memorial, semanalmente, de vários pontos do estado, do Paraná, do Rio Grande, de Santa Catarina, e com o incentivo, estimo eles e sentirem essa vibração de catarinismo que não temos. Não temos identidade. Temos visto isso em Santa Catarina, e nenhuma delas, isoladamente, ou em conjunto, representa nossa identidade. Ela está na alma do caboclo.

Diego: Quais foram os principais impactos do conflito do Contestado para a região do meio oeste catarinense? Impactos sociais?

Vicente: Eu diria o seguinte, que a invasão de um território, as raízes que eram um paraíso, você acuado na toca, é o primeiro impacto, o mais violento e o mais agressivo. Esse, para mim, foi o primeiro impacto. E a partir disso, a guerra toma-se um encadeamento maior, sobretudo, momentaneamente positivos, e às vezes, negativos, mas eles, havendo de forma positiva ou negativa em todo o decorrer da guerra. Quais seriam eles? Da derrota, da esperança, quando vence uma batalha, não sabendo destino que vai dar aos seus filhos ou a sua família, a indignação de ver a exploração pelo poder econômico estrangeiro e brasileiro somados dentro do plano de corrupção, para tomar o espaço de todos. Tudo isso foi uma sequência de impactos, que não se pode ter em um ou em outro sem poder analisar em conjunto de todos eles.

Diego: E qual a importância do Contestado para a região meio oeste?

Vicente: A importância seria hoje a do resgate, porque é uma desimportância, ela foi uma guerra agressiva, fratricida entre irmãos, e tudo que ocorre assim, conflitos entre irmãos, se não serve para humanizar, não tem sentido de ser estimada. Mas para essa região, a importância é ser resgatada com dignidade, criando um sentimento em torno da história, e transformá-la em ímã de atração turística e sustentável.

sábado, 20 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Celso Martins


Celso Martins
Foto: Diego Wendhausen Passos

Celso Martins é jornalista e historiador, trabalhando atualmente no site Daqui na Rede

Data da entrevista: 08/08/2012

Diego: Habitantes da região há décadas, muitos dos moradores perderam as terras que ocupavam para a empresa que ficou responsável pela construção da estrada de ferro. Como se deu esse processo?

Celso: Não foi apenas a estrada de ferro que despejou os caboclos. Quando as terras começaram a ganhar valor para a colonização, a extração de madeira, começou o processo de expulsão dos caboclos das terras. Ela, até então, tinha valor de uso, os caboclos usavam, ficavam um tempo e migravam para outra. Quando ganha valor de mercado, é que se dá o conflito, o rompimento social que havia ali, rompendo o equilíbrio social que havia no sertão. Não foi apenas a ferrovia. Foi um ingrediente, porque houve o combate do Irani sem a presença da estrada de ferro, e sim por causa do problema da posse da terra.

Diego: Área disputada pelos estados do Paraná e de Santa Catarina desde o início da república, devido a exploração das riquezas da região, sendo o local de funcionamento da estrada de ferro, gerando os conflitos e lutas políticas e sociais. O que gerou esse conflito?

Celso: Foi exatamente o que fermentou a tensão, levando a ruptura, da ordem institucional, do próprio levante dos sertanejos, foi exatamente a posse da terra, a questão da terra. Eles foram preteridos em função de um processo “civilizador” da república, que em um primeiro momento passou as terras da união para a mão dos estados, isso já na proclamação da república, ou seja, na mão dos governos republicanos como moeda de negociação, de manutenção do poder político e de barganhas, e sem considerar a presença dessas populações, que não estavam no projeto republicano.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Paulo Roberto Hapner


Paulo Roberto Hapner
Foto: Bruno Arthur Hochheim

Paulo Roberto Hapner é Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná

Data da entrevista: 02/08/2012

Diego: A religiosidade foi um ponto que caracterizou a região do meio-oeste catarinense, onde inúmeras pessoas perderam as concessões do território para a empresa responsável pela construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. Como os habitantes reagiram à perda das terras?

Paulo Roberto: Como eu havia falado, eu não sei se os habitantes, que perderam a terra, reagiram, ou se foram mais pessoas ou outros habitantes que perderam a terra, se a perderam. Essa região, quando foi feito o trajeto, a concessão é de 1888, ainda no período imperial, foi concedida a Teixeira Soares, dando a ele, para direito da construção da estrada, o direito para ele explorar e o domínio de 15 quilômetros para cada lado. Se existia alguém habitando, eu não sei como foram tratadas as pessoas que residiam ali, como foi tratado, se elas foram desalojadas da região, ou se houve acerto ou concedido a eles o direito de ocupação. O que eu posso dizer a você, é que nos litorais paranaense e catarinense, as pessoas que tinham posse, elas sempre foram respeitadas, mesmo para aqueles que possuíam as concessões. Neste caso, se essa concessão, essa empresa que construiu a estrada não respeitou, eu não tenho conhecimento se foi desta forma e se não respeitou as pessoas que moravam ali, ou se foram pessoas que ali moravam e trabalharam na estrada, passaram a residir nessa região. Eu não sei se eles foram os posseiros ou se eles foram desalojados, não tenho conhecimento específico sobre esse assunto.

Diego: Além das questões religiosas e sociais, acontecimentos políticos acirraram ainda mais o conflito na região, disputada entre Paraná e Santa Catarina, uma das guerras mais longas da história do Brasil. Quais foram as principais causas do conflito?

Paulo Roberto: Segundo o maior historiador do Brasil, que é Calmon, existia messianismo e banditismo. Nós estamos tentando discuti, 100 anos depois do conflito do Irani, quais foram as causas, tudo adaptado nessa questão de limites que existia entre o Paraná e Santa Catarina, e a falta de jurisdição sobre o território contestado. Muitas são as causas, a religiosidade, talvez, muitos falam que é a tentativa de volta a monarquia, a existência de ex-maragatos na região, federalistas, messianismo, tudo isso pode ter levado, tentando estabelecer qual a causa preponderante, uma coisa que vai levar alguns anos para se responder.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Entrevista com Esperidião Amin



Esperidião Amin
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 03/08/2012

Esperidião Amin é professor da Universidade Federal de Santa Catarina, ex-governador, e atualmente é Deputado Federal por Santa Catarina

Diego: A religiosidade foi um ponto que caracterizou a região do meio-oeste catarinense, onde inúmeras pessoas perderam as concessões do território para a empresa responsável pela construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. Como os habitantes reagiram à perda das terras?

Amin: Você imagine isso, começo do século XX, é lógico que não existia a escritura da propriedade. Tinham posseiros, saldo de várias migrações, Revolução Federalista, das reduções jesuíticas, ou seja, evadidos, para não dizer foragidos de vários conflitos do Brasil meridional, do sul da América do Sul. Essas pessoas estavam lá trabalhando, sobrevivendo, subsistindo, quando chegou o progresso, sob a forma, antes do trem, dos trilhos, a exploração da grande reserva de araucária. Era o pagamento do império e da união, porque a negociação foi feita no período imperial, e o pioneiro dessa parceria público privada, o Percival Fraquhar, e eles reagiram fugindo, juntando-se, e reagiram, resistindo. É uma história muito complexa, que mistura natureza, ecologia, movimento social, capitalismo, resistência pessoal, redes sociais, na época, e, qual era o amálgama, o catalisador para esse povo, o é que a religiosidade? Em todos os lugares do mundo, os oprimidos se apegam a alguém, a algo maior que eles. Nisso, a religiosidade e suas várias manifestações, que por serem estranhas a nós, passam a ser confundidas com fanatismo, mitologia, nomes que são atribuídos a religiosidade do povo do contestado.

Diego: Além das questões religiosas e sociais, acontecimentos políticos acirraram ainda mais o conflito na região, disputada entre Paraná e Santa Catarina, uma das guerras mais longas da história do Brasil. Quais foram as principais causas do conflito?

Amin: Dinheiro. Do pinheiro, da erva mate. A região era rica para o extrativismo, e que ainda hoje se pratica no Brasil. O que ficou lá? O IDH mais baixo do estado. Assim como no país, que exporta ferro, ainda hoje, já exportou ouro, pau-brasil e outras riquezas. Nas regiões onde se extrai recursos naturais, o que fica? Pobreza e natureza degradada. Vai até a bacia carbonífera. Ou seja, a história se repete, e apenas passou pelo contestado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Parte 3: Historiografia

Disputas territoriais, batalhas judiciais, construção da estrada de ferro, fatores políticos e econômicos, além da expulsão dos habitantes das terras que viviam no local há anos e as batalhas entre sertanejos contra tropas oficiais do governo do Paraná estão entre algumas das causas da Guerra do Contestado.

As grandes causas foram políticas e sociais, e não apenas a estrada de ferro, ou o “grande dragão que cuspia fogo”, trecho citado no livro Geração do Deserto, de Guido Wilmar Sassi. Os fatores relacionados acima, cada um deles, ajudaram a culminar com o desencadeamento do conflito, que durou quatro anos. O nome entrou para a história por ter ocorrido na região contestada pelos governos paranaense e catarinense, e a ocupação do Irani, em 1912, pelos sertanejos, liderados por José Maria, foi o estopim para João Gualberto Gomes de Sá Filho, pretendente ao governo do Paraná, investir contra o grupo do monge, ocasionando a morte de ambos no primeiro combate.

Qual foi a grande causa do problema? De acordo com o jornalista e historiador Celso Martins, a estrada de ferro foi utilizada como bode expiatório, mas na verdade ela foi construída dentro da área que estava sendo disputada pelos dois estados, além da expulsão dos habitantes do local.

A história contada hoje pode ser outra contada daqui a anos. Ela vai se modificando conforme os paradigmas ou pesquisas e estudos feitos ao longo dos anos, textos e documentos que vão sendo analisados e publicados. Existem várias formas de se passar, repassar, escrever ou reescrever o que aconteceu.

A Guerra do Contestado não foge a regra. O que falamos hoje, poderá ser visto de outra forma no futuro.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Parte 2: Os três profetas

A religiosidade também se fez presente na região, tendo três deles obtido destaque. João Maria de Agostinho, João Maria de Jesus e José Maria eram líderes religiosos que faziam profecias e possuíam muita popularidade pela população do local na época.

Os três faziam previsões e eram seguidos pelos habitantes das localidades próximas. Nascido no Piemonte, região da Itália, foi o primeiro dos monges a passar pela região, não era bem visto pelas autoridades governamentais, por unir várias pessoas. A presença dele foi seguida por alguns movimentos sociais que sucederam no final do Século XIX, como Canudos, na Bahia, Juazeiro, no Ceará e o dos Muckers, no Rio Grande do Sul.

Com algumas características semelhantes ao do profeta anterior, João Maria de Jesus, que chamava-se Atanás Marcaf, de origem francesa, fez algumas profecias, como o fim do mundo, doenças e epidemias, e possuía posições políticas favoráveis a monarquia, vendo a república como ordem do demônio. Desapareceu por volta de 1908.

O último deles, foi José Maria, que se chamava Miguel Lucena de Boaventura. Ex-soldado da Força Policial do Paraná, era curandeiro, fazia batizados, dirigia terços e participava de festas religiosas. Por curar a esposa de Henrique de Almeida, um dos líderes políticos de Curitibanos, ganhou apoio também de um dos representantes do município. Foi morto no combate do Irani, que desencadeou o início do conflito.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Guerra do Contestado (1912-1916)


Parte 1: Contexto Histórico

Um dos maiores conflitos na história do Brasil, conhecido como Guerra do Contestado, está completando 100 anos, causadas por uma disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná, expulsão de moradores que habitavam a localidade e a concessão ao empresário britânico Percival Farquhar, responsável pela construção da estrada de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, dando direito a empresa Brasil Railway Company de explorar 15 quilômetros para oeste e leste, desmatando a comprometendo a vegetação do local.

Desmembrado do estado de São Paulo em 1853, o Paraná passou a fazer divisa com Santa Catarina, ficando indefinidas na região meio-oeste catarinense, gerando um conflito diplomático entre os dois estados com a proclamação da república, em 1889. Desembargador do Tribunal de Justiça Paranaense, Paulo Roberto Hapner citou que as terras foram concedidas a Teixeira Soares em 1888, durante o período imperial.

Com a mudança do sistema político, a posse dos territórios passou a ser por escritura pública, diferente do período monárquico. Com isso, as terras seriam registradas através de posse, conforme documento oficial. De acordo com o ex-governador Esperidião Amin, os interesses financeiros prevaleceram, dando ao empresário inglês o direito de explorar os recursos naturais da região. Amin disse que a situação foi parecida com outros locais destinados a exploração, que geraram problemas sociais e natureza degradada.

As tensões políticas entre Paraná e Santa Catarina pela posse do território e os recursos naturais foram duas das causas para iniciar o conflito, iniciado em 1912. O jornalista e historiador Celso Martins destaca o momento da valorização das terras como o começo do processo de expulsão dos caboclos do local, rompendo o equilíbrio social que havia até então. O combate do Irani, envolvendo os sertanejos e as tropas lideradas por João Gualberto Gomes de Sá Filho, que visava tornar-se governador paranaense, atacou os caboclos, liderados por José Maria, tirando a vida de ambos no combate.

Muitos habitantes da região viam o sistema republicano como o responsável pela perda das terras, defendendo o retorno do modelo monárquico, acreditando ser justo e igualitário, como defendia o monge José Maria. Durante os quatro anos de conflito, muitos trabalhadores da construção da estrada de ferro e das empresas que exploraram a extração de madeiras, ficaram desempregados, juntando-se aos sertanejos na luta contra as tropas do governo.

Foi na guerra do contestado que o avião foi utilizado pela primeira vez em um conflito. Depois de algumas derrotas para os sertanejos, o governo federal enviou tropas do Rio de Janeiro, capital brasileira na época, lideradas por Setembrino de Carvalho, o mesmo que destruiu o movimento em Canudos, 19 anos antes, para reprimir os sertanejos no meio-oeste catarinense.


Área contestada por Santa Catarina
Imagem: Retirada do site VidaDmaquinista (História da Ferrovia do Contestado)


Embora derrotado no combate, as regiões oeste e meio-oeste, pleiteadas pelos paranaenses, ficou com Santa Catarina. Mesmo falecido em 1907, a defesa de Manoel da Silva Mafra, conhecido como Conselheiro Mafra, garantiu aos catarinenses a parte oeste do atual território do estado.

Parte contestada pelo Paraná
Imagem: Retirada do site Historie du Brésil

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Presidente cubano limita tempo de dirigentes no poder

Partido Comunista Cubano cria decreto que limita a 10 anos o tempo de permanência nos cargos de entidades esportivas

Visando promover quadros mais jovens no governo, a única agremiação partidária na política cubana aprovou um projeto limitando o tempo de permanência na administração, como forma de renovar os quadros esportivos no país da América Central. O presidente Raúl Castro disse que a medida vale para todos os cargos políticos, inclusive a presidência.

Um bom exemplo a ser aplicado no Brasil, com dirigentes esportivos perpetuando-se no poder em federações e agremiações esportivas, tornando-as extensão de interesses pessoais e tirando a possibilidade de renovação. Nas federações e fundações de controle do esporte nacional, nossos dirigentes vêm se mantendo a décadas, impedindo uma renovação no modelo de gestão esportiva, mais democrático e com maior participação popular.

Leia mais:



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Guerra contra o terror?

Combater o terror promovendo uma guerra?

George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, iniciou uma “guerra contra o terror”, após os ataques em território ianque, no famoso episódio de 11 de setembro de 2001, matando milhões de inocentes.

Região rica em fontes de petróleo, o Oriente Médio, há décadas, é disputada pelas principais economias do mundo. As nações apoiadas pelos norte-americanos são tratados como amigos, enquanto os adversários são subjulgados no mundo capitalista ocidental. Iraque e Afeganistão, antigos aliados, transformaram-se, em poucos anos, inimigos dos estadounidenses por conta de disputas políticas.

Sadam Hussein e Osama Bin Laden, aliados de outrora, viraram uma ameaça aos interesses ianques, sendo rotulados como inimigos e terroristas. O historiador César Augusto Jungblut frisa que o fato das principais agências de comunicação internacional defenderem os interesses dos principais centros capitalistas, colocam os países mais favorecidos economicamente como os modelos a serem seguidos, enquanto os segmentos favoráveis a outras culturas, como vilões.

Combater o terrorismo tirando vidas de pessoas inocentes, sob o pretexto de combater os “inimigos do mundo” é válido. Nesse meio não existem santos. Bin Laden e Sadam Hussein são terroristas, da mesma forma que George W. Bush, responsável muito mais mortes, porém estava a frente do país mais influente no contexto político e econômico, na busca do controle das fontes de recursos que beneficiem os Estados Unidos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Os 10 anos do 11 de setembro de 2001

Estados Unidos, 11 de setembro de 2001: quatro aviões atacam o país da América do Norte.

Um dos aviões, caiu em Shankville, na Pensilvânia. Outro atingiu o Pentágono, onde se localiza principal central militar norte-americana. E os dois restantes, permanecem até hoje na memória, atingindo o principal centro comercial nova iorquino, o World Trade Center, destruindo as duas torres gêmeas. Nenhum sobrevivente nos quatro incidentes.

Antigo aliado ianque, durante a Guerra do Afeganistão (1979-1989), o saudita Osama Bin Laden foi o responsabilizado pelos ataques terroristas em território estadounidense. Desde então, o ativista muçulmano passou a ser procurado tornou-se o maior inimigo da principal economia do mundo. A Al Qaeda, grupo fundamentalista liderado por Bin Laden, também passou a ser monitorado pelo país norte-americano. Os talibans, que detinham o poder em solo afegão, também apoiados por Osama, perderam o poder político meses após os atentados.

George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, iniciou uma “guerra contra o terror”, enviando tropas ao Afeganistão, onde Bin Laden ficou escondido durante os últimos 10 anos, até ser morto em um combate na fronteira afegã com o Paquistão.

Por outro lado, interesses políticos diante dos fatos geram muita controvérsia em torno dos ataques contra o centro capitalista ocidental. Sob o pretexto de combater o terrorismo, estão os poços de petróleo no Oriente Médio, muito cobiçado pelas principais economias do planeta.

O historiador Cesar Augusto Jungblut frisa que, tanto os europeus, como os norte-americanos, sempre se adotaram uma postura etnocentrista, como a maior referência, combatendo e subjulgando outras crenças, usando a influência que têm para manipular a opinião pública. Para o jornalista Fernando Evangelista os fatores econômicos são o principal motivo das disputas contra as nações do Oriente Médio. “Eles derrubam governantes contrários aos interesses norte-americanos, deixando de lado as questões humanitárias, democráticas”, destacou.

Fontes:
Wikipédia: Ataques de 11 de setembro de 2001

domingo, 3 de julho de 2011

Trocar 1 deputado por 344 professores

"No futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes.
Na educação é o 85º e ninguém reclama...
EU APOIO ESTA TROCA: TROQUE 01 PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES
O salário de 344 professores que ensinam = ao de 1 parlamentar que rouba.
Recorte e cole no seu mural se vc tb apoia esta troca!"

BOPE: R$ 2.260,00 Para arriscar a vida;
Bombeiros: R$ 960,00 Para salvar vidas;
Professores: R$ 728,00 para preparar para a vida;
Médicos: R$ 1.260,00 para manter a vida;
E um deputado federal? Ganha R$ 26.700,00 para ferrar a vida do Brasileiro!

As frases acima têm circulado nas redes sociais. Uma campanha interessante. Enquanto nossos docentes trabalham horas, preparando material, dentre pesquisas e planejamento de aula, além de correção de provas, aula em classe, muitos dependem de mais de um emprego para garantir uma remuneração extra, enquanto parlamentares, na maioria dos casos, aprovam leis em benefício próprio.

Ano passado, durante as votações para aumento dos Deputados Federais e Senadores, em poucos minutos, nossos representantes aprovaram um reajuste de R$ 10.000,00 nos vultosos vencimentos. Por outro lado, ficaram horas para conceder R$ 5,00 no salário mínimo, que de R$ 540,00 subiu para R$ 545,00. Nossos parlamentares, além dos altos salários, têm direito a créditos telefônicos, viagens gratuitas, verbas de gabinete, para pagar funcionários. Além disso, outra questão a ser discutida. O mandato de oito anos para os senadores, sendo que cada estado contra com três representantes no Congresso Nacional. Um por unidade da federação não seria suficiente, equalizando o tempo de exercício igual aos outros cargos do executivo e legislativo?

Enquanto sobra dinheiro para aumentar a renda de representantes políticos, sendo que a maioria pouco ou nada faz pela sociedade, tirando a possibilidade de investimento em áreas como saúde, educação e segurança pública, segmentos com pouco respaldo do poder público.

Cada vez mais, muitos políticos esquecem dos votos que recebem, e, ao invés de trabalharem pela população, passam a legislar em benefício próprio, pensando apenas em se dar bem economicamente, deixando de lado as necessidades das classes populares.

Se trocassemos 1 deputado e 1 senador por novas escolas e educadores qualificados já seria meio caminho andado, além de investir na especialização de profissionais admitidos em caráter temporário.