terça-feira, 17 de agosto de 2010

Entrevista com César Souza Júnior

César Souza Júnior
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: Durante esses quatro anos, a sigla trocou o nome de PFL para DEM, buscando uma nova identificação com o eleitorado. Quais os pontos fortes e fracos dessa mudança?

César Jr.: Os pontos fortes que buscamos, com a sigla DEM, modernizar o partido, não só a mudança no nome, mas também que ela possibilitasse o acesso de novas lideranças. O Democratas, sobretudo em Santa Catarina, tem novas lideranças muito representativas, como os deputados estaduais Jean Kuhlmann e Gelson Merísio, o próprio deputado federal Paulo Bornhausen, temos prefeitos jovens, como o caso dos prefeitos Mamão (Rafael Laske), de Joaçaba, e Milton Hobbus (Rio do Sul), e o próprio Raimundo Colombo, que em relação ao governo é uma novidade. Essa era a intenção, dar uma arejada no partido, até que o comando passasse para essas lideranças mais jovens. O ruim, é principalmente em relação àqueles mais antigos, mais acostumados com a sigla PFL, que era também uma sigla forte, que se desacostumaram um pouco com a mudança. Mas acredito que o saldo final da modificação, mais pela questão das novas lideranças e menos pela mudança de sigla, é que foi favorável.

Diego: Na eleição passada, os ainda liberais deixaram o grupo de oposição para integrar a base governista, indicada pelos eleitores para permanecer na administração pública. Em 2010, os democratas passam a liderar a aliança de coalizão, em torno de Raimundo Colombo. Qual a importância para o partido estar a frente do bloco situacionista?

César Jr.: Foi uma relação que foi construída principalmente pelas bancadas estaduais, a aproximação com o PMDB foi uma ação da tal polialiança, que culminou com a reeleição do Luiz Henrique e com a eleição de Raimundo Colombo pelo o senado, e foi positivo. Eu acho que no multipartidarismo brasileiro, onde há tantas siglas, é essencial para garantir essa governabilidade que se tenham coligações. É muito difuso o quadro partidário brasileiro e essas alianças são legítimas. Creio que foi um governo bem sucedido, e que agora tem a reedição dessa aglutinação partidária catarinense, em torno do nome do senador Raimundo Colombo.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os democratas vetaram qualquer tipo de aliança com o PT, principal adversário da agremiação no plano federal. Por que o partido não busca diálogo com os petistas visando acordos de parceria?

César Jr.: Como eu coloquei antes, é fundamental que tenhamos posições partidárias, mas não pode haver também uma mudança radical. Democratas e petistas ocupam uma posição bastante díspar, do ponto de vista programático. Por isso eu creio que não podemos nos furtar ao diálogo. Aqui na Assembleia, por exemplo, tenho uma boa relação com a bancada do PT, mas fazer junto um projeto, já é uma salada partidária muito grande, então, diálogo construtivo sim, agora, estar junto em um projeto, aí vamos acabar fazendo com que o eleitor não consiga compreender que duas siglas visões de estado tão distantes, acabem se unindo. Dialogar sim, construir junto com o PT, realmente não é possível.

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