quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrevista com Décio Góes

Décio Góes
Foto: Diego Wendhausen Passos

Data da entrevista: 13/07/2010


Diego: Durante mais de 20 anos, os brasileiros não tiveram direito de eleger o presidente da república, devido ao Regime Militar. Porém, nos últimos anos, muitos eleitores, decepcionados com os rumos tomados pelo sistema político, perderam o ânimo de participar do processo eletivo. Você acha que o voto deveria se tornar optativo?

Décio: Primeiro, eu acho que nós devemos ter uma reforma eleitoral, para discutirmos todas essas questões, e não individualmente, como tem a das coligações, nas proporcionais, eu considero que não deveria haver. Existe a questão do financiamento de campanha, a questão do tempo de gestão, do encontro ou desencontro dos mandatos, de presidentes, de prefeitos, eu acho que deveria fazer uma eleição geral no Brasil. Mas todos esses aspectos, a questão da lista partidária, deveriam ser discutidos em uma reforma eleitoral. Eu acho que o voto obrigatório é um direito de cidadania, uma manifestação que podemos fazer da questão política brasileira. Eu acho que o voto nulo é uma manifestação das pessoas que não querem votar, é legítimo. Se ela não quer votar, anula, mas o fato de ela ter chamada, para ir às urnas, fazer o seu dever cívico, não vejo problema disso.

Diego: Quais as principais mudanças que você gostaria de ver no sistema eleitoral?

Décio: Essa questão que eu tinha comentado antes. Defendo uma reforma eleitoral ampla, em que deve ser discutida uma definição partidária, ter critérios para existir uma sigla, mais rígidos, ter barreiras. O grupo que não receber um mínimo de votos, no país, ele não pode continuar sendo registrado. Acho que deveria proibir a coligação na proporcional, por que se o partido não se apresentar para a sociedade, com seus candidatos, ele não tem razão de existir. Há as suas idéias, e ele precisa se apresentar. O financiamento público de campanha, a coincidência dos mandatos, de presidente, governador e prefeito, e, consequentemente, dos vereadores, deputados estaduais e federais. Acho que são alguns aspectos que devemos ter em uma reforma eleitoral.

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