segunda-feira, 12 de julho de 2010

Entrevista com Daniela Schneider

A psicóloga e professora universitária Daniela Schneider fala sobre a importância do projeto cultural.

Daniela Schneider
Foto: Diego Wendhausen Passos

Entrevista: Daniela Schneider

Data: 10/07/2010


Diego: Presente na comunidade de Santo Antônio de Lisboa desde 2006, o Bloco Baiacu de Alguém, além do carnaval, estendeu suas atividades para o rao cultural, apresentando a cultura de Florianópolis em geral. Comunidade de muita riqueza histórica e cultural, Santo Antônio receberá um espaço cultural, na sede da agremiação carnavalesca do bairro. Como tem sido para vocês cederem um local de residência para festas e promoção da cultura para a comunidade?


Daniela: Na verdade, tanto para mim, como para o Nelson, as atividades culturais e sociais são importantes, para o nosso projeto de vida, para a nossa perspectiva de mundo, então, o fato de ceder o espaço tem um pouco com o que sonhamos para a nossa vida. O Baiacu é um espaço de muita colaboração das pessoas, de muitas parcerias, então tem sido, na verdade, um grande prazer este espaço com nós compartilhamos com outras pessoas, fazendo cultura, fazendo arte, então, propiciando para as pessoas se inserirem neste meio cultural. Na verdade isto é um prazer, fazemos há algum tempo essas atividades.

Diego: Você e seu marido, Nelson Motta, estão cedendo um espaço residencial para festas e promoção de eventos ligados à cultura florianopolitana, porém, a principal dificuldade, como nos carnavais, é em relação aos horários de término dos eventos. Até que ponto isso atrapalha no trabalho de vocês?

Daniela: Isso é uma coisa que sempre devemos fazer colaborando com a comunidade, porque efetivamente não é fácil você ter eventos que produzam barulho, ou som alto, até mais tarde, então, nós sempre tentamos negociar com os vizinhos alguma forma de contemporizar, e isto, por ser um espaço cultural, e podermos lidar com este problema do som. Então, nós baixamos o volume, a partir de um certo momento, do som que fazemos, das nossas atividades, quando é ensaio da bateria, que é um barulho mais alto, não passamos das 11 horas da noite, que no verão significa 10 horas, de sol. Então é uma relação que tentamos respeitar em relação à comunidade pois sabemos tem um problema em relação a isso. De qualquer maneira, é um problema sério a forma como o município de Florianópolis lida, principalmente com a situação do carnaval, porque sabemos que no Brasil inteiro, o carnaval, em termos da lei do silêncio, é uma situação especial, pois é uma festa popular, que envolve a vinda de turistas, movimentação financeira, social, das comunidades. Em Florianópolis, uma lei, diria até de certa forma, ditatorial, acaba com o carnaval às duas horas da manhã, quando em qualquer lugar, ele estaria no seu ápice. E isso tem prejudicado sobremaneira o carnaval da cidade, e, em especial, já que estamos falando de nós, do carnaval do Baiacu de Alguém, porque estas datas sabemos que tem um privilégio, inclusive em termos de legislação, autorizado a ir mais tarde, pela característica da festa, e pela função que ela tem na vida do brasileiro. Então tem nos atrapalhado e temos lutado para tentar, junto com outros blocos, com as escolas de samba, ter uma legislação municipal que modifique essa prerrogativa do município, pois isso realmente dificulta muito, e inviabiliza muita coisa.

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