quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brasil: 510 anos depois da conquista

Nos tempos escolares, aprendíamos que o Brasil havia sido "descoberto" pelos portugueses, que Pedro Álvares Cabral havia chego em terras tupiniquins casualmente, enquanto buscava chegar às Índias, em busca dos lucrativos comércios com os asiáticos.

Nesta data, o Brasil comemora seus 510 anos, mas muitos habitantes não se orgulham desta situação. Em 2000, quando foram feitas festividades em homenagem aos 500 anos, inúmeras pixações acusando exploração e genocídio.

Conquistado pela coroa portuguesa em 1500, os lusitanos começaram a colonizar apenas três décadas depois, quando o comércio com os indianos começou a decair. Dispondo de várias riquezas naturais e minerais, especialmente nas regiões norte e nordeste, os ibéricos tiraram o que puderam de solo brasileiro, visando apenas tirar o que a colônia melhor tinha, para render lucro à nação metropolitana.

A data também não é motivo de muito entusiasmo, tanto que nem feriado é. Tivemos dois ciclos muito importantes na fase colonial, que foi de 1500 até 1808, com a chegada da família real, de D. Maria, a louca, e D. João VI, o então Príncipe-Regente. O primeiro, foi o da cana-de-açúcar, que causou estragos em parte do solo nordestino. E a mineração, que provocou a divisão dos estados de Minas Gerais e São Paulo, em 1720. Neste período, os nossos "patrícios" já haviam perdido a posição de maior economia para os ingleses, que lucravam no comércio com Portugal, que ficava endividado com os britânicos.

Outras polêmicas foram nossas proclamações de independência e de república, ambas através de golpe, enquanto nossos vizinhos sul-americanos derramaram sangue e lutaram fortemente por ambas. Os portugueses só reconheceram o Brasil como país independente, no aspecto político, quando assumimos a dívida lusitana junto aos ingleses.

No período republicano, mudanças de ciclo e poucas alterações na condição social da população. Na antiga república, apenas as elites detinham o poder econômico e político, mas com a crise de 1929, romperam a velha ordem de São Paulo e Minas Gerais, na chamada política do café-com-leite, quando os presidentes eram escolhidos apoiados por um dos dois estados. Com Getúlio Vargas, começou o infalível marketing político, aprimorado ao passar das décadas e muito visto atualmente.

A primeira experiência democrática veio entre 1945 e 1964, com o período populista, interrompido pela nefasta Ditadura Militar (1964-1985), na qual quem era contra o poder público, era impiedosamente perseguido. O retorno da democracia ocorreu há 25 anos, mas não da forma como esperamos, pois muitos oligarcas ainda detém o poder político nas regiões de influência, em especial no Norte e Nordeste, controlando os meios de comunicação, conseguindo permanecer no poder regional.

Com os casos de corrupção estourando cada vez mais, graças a ação de blogs e da mídia independente, o povo pode acompanhar muitos desmandos e irregularidades praticados pelos nossos representantes políticos, eleitos pela população. Os últimos presidentes, eleitos pelo voto popular e com ativa participação contra a censura, destaque para Fernando Henrique e Lula, conseguiram algumas melhorias, mas ainda tem muito caminho a ser percorrido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário