sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Uma casa de (des)serviço à sociedade

Escândalos, casos de corrupção, atos secretos, infratores impunes, marcam a vida política no Brasil.

Sete anões, desvio de dinheiro em obras, escândalo do painel eletrônico, mensalão, atos secretos, arquivamento de processos por improbidade administrativa, além de gastos desnecessários trazem em questão a importância do Senado e do Congresso Nacional.

A “casa do povo”, como também é popularmente conhecida, deveria estar a serviço da população, mas os interesses particulares sempre falaram mais alto, e nossos representantes deixam de lado os eleitores e trabalham em benefício próprio.

Os gastos para os contribuintes são grandes, inclusive 13º e 14º salário (no final e no início de cada ano legislativo), 45 dias de férias, sem contar que em convocações extras, os parlamentares recebem ajuda de custo, tudo isso pago pela população, que muito pouco ou nada tem recebido como retorno.

Nos últimos dias, os destaques nos noticiários são os atos secretos e a crise envolvendo o ex-presidente e senador José Sarney, ex-adversário e atual aliado do grupo que está no poder. Durante a CPI do orçamento em 1993, quando o ex-deputado João Alves da Silva (João de Deus), o mesmo que “ganhou” mais de 200 vezes na loteria, como confirmou em depoimento na época, o presidente Lula disse que o Congresso era composto por 300 “picaretas”, bordão que virou título de música do conjunto Paralamas do Sucesso.

Atualmente, Lula, Aloisio Mercadante e Ideli Salvatti, que outrora condenavam atos de corrupção e pregavam a ética e a moralidade, no poder fazem o contrário. Renan Calheiros e José Sarney escaparam da guilhotina com a ajuda dos líderes petistas. O ex-governador de Santa Catarina, Paulo Afonso, e o ex-presidente Collor, ambos também aliados do Palácio do Planalto, sentiram na pele a força do partido que fez história como opositor e fiscalizador. Paulo Afonso escapou em 1997, mas Collor perdeu o mandato em 1992, no famoso episódio dos “caras pintadas”.

Semana passada, a discussão entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Gereissati (PSDB-CE) mostrou o baixo nível de nossos representantes. Ao invés de discutirem projetos econômicos e sociais para os brasileiros, ambos trocavam ofensas durante os debates sobre o destino de Sarney.



Vários fatores contribuem para a atual crise política. Os interesses particulares e vantagens pessoais prevalecem diante dos embates ideológicos. As constantes trocas de partido mostram a falta de comprometimento dos políticos, que visam cargos ou maior visibilidade nas disputas eleitorais.

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