quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Conversa com Sérgio Bello

Sérgio Carneiro Bello é um integrantes da Barca do Livro, situada na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Contador de estórias, o professor trabalha com projetos voltados à leitura e contos.


Professor Sérgio Bello
Foto: Diego Wendhausen Passos


Diego: Conte seu perfil como contador de história.

Sérgio: Sou um contador de histórias da oralidade. Isto quer dizer que me "aproprio" do conto para recontá-lo com minhas palavras, numa performance cênica minimalista, ou seja, procuro contar como quem conversa. Tenho desenvolvido uma reflexão aprofundada acerca da natureza do texto da oralidade, suas diferenças e semelhanças com a escrita, as modalidades da linguagem verbal oral e escrita, seus aspectos de complementaridade e especificidade.

Diego: Como membro da Barca dos Livros, você está lutando para mantê-la como opção aos leitores da região da Lagoa, e de outras partes de Florianópolis. De que forma você acha que os governantes poderiam ajudar a instituição?

Sérgio: A Barca dos Livros, como um projeto permanente de formação de leitores, necessita de subvenções permanentes. Não podemos ficar "de pires na mão", garantindo o funcionamento do próximo semestre, algumas vezes, nem isto. Captar recursos desvia muito de nossa capacidade de realização das atividades-fim: é necessário elaboração de projetos e percorrer uma verdadeira "via crucis" pelos gabinetes governamentais ou empresariais.

Diego: Em meio aos problemas financeiros, a Barca dos Livros corre o risco de encerrar suas atividades. Qual a importância da instituição para a localidade?

Sérgio: Desenvolvemos um trabalho que deveria ser encarada como função do Estado e apoiadapor toda a sociedade civil: inclusão cultural e formação de leitores. A Biblioteca Barca dos Livros é reconhecida pelo Ministério da Cultura como projeto modelo para o Brasil, de biblioteca formadora: é consenso, entre os especialistas no assunto, que não basta colocar o livro ao alcance da população se não há o hábito da leitura ou a cultura do livro.
Atendemos, atualmente, cerca de dois mil leitores/mês, e este número é crescente, e já nos tornamos uma referência na paisagem cultural da cidade.

Leia mais sobre a Barca dos Livros:
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