sábado, 21 de agosto de 2010

Entrevista com José Fritsch

José Fritsch
Foto retirada do site do PT-SC, na matéria PED 2009

Data da entrevista: 06/07/2010

Diego: Com a chegada de Lula ao governo federal e a escolha de Ideli Salvatti ao senado, a ex-líder sindical ganhou expressividade política e projeção em nível nacional, sendo a indicada pelo PT como candidata ao governo, com boas chances de vitória. Quais os principais fatores que impulsionaram o crescimento petista em Santa Catarina?

Fritsch: Em primeiro, a unidade interna do PT. Nós conseguimos construir, nesses últimos dois anos, um projeto de unificação interna, construção partidária, para que pudéssemos chegar na convenção, no processo eleitoral, já com candidaturas construídas, seja a candidatura de Ideli Salvatti para o governo, como também a do Cláudio Vignatti. Com esse trabalho sendo feito pela sigla, nesse último um ano e meio, quase dois anos, nós conseguimos transferir um pouco essa unidade interna, esse sentimento de unidade interna nos últimos meses, para o conjunto dos demais partidos. Então, hoje nós temos oito agremiações que estão coligadas conosco, e que construímos todo esse projeto nos últimos seis meses, sem nenhum stress e problemas internos, como tantas outras coligações hoje têm. Nós conseguimos fazer essas duas coisas, e isso credencia. Quem tem uma unidade interna, tanto nos partidos, como também nas candidaturas, consegue fazer com que a perspectiva seja mais possível. E no momento que agregamos aquilo que estava dentro da nossa estratégia, de ter um empresário de uma região importante de Santa Catarina, que compusesse a vice, isto ajuda muito para o processo nosso da campanha eleitoral.

Diego: Com grande força no cenário nacional, o PT pela primeira vez aparece com chances de vencer as eleições em Santa Catarina, quando não possuía uma candidatura forte, tendo com José Fritsch, em 2002, o resultado mais expressivo. Até que ponto a chegada do PT ao Palácio do Planalto pode ajudar na candidatura de Ideli Salvatti?

Fritsch: Eu acho que o governo Lula, que nós ajudamos a construir, eu, que fui candidato ao governo, e por menos de 2% não fui governador naquela ocasião, mas ajudei a construir essa gestão, quando fui ministro da pesca, a Ideli foi a nossa senadora, então, tudo isso que nós construímos com o presidente Lula, com certeza vai ter influências positivas na campanha da Ideli Salvatti, e mais ainda, ela se elegendo governadora. As ações do governo federal e as políticas do governo federal, que Santa Catarina deixou de utilizar, deixou de se aproveitar, desse momento que o governo Lula viveu, e vive nesses oito anos de governo, nós poderemos implementar no governo da Ideli, e com certeza, vamos ter esse estado, em nosso governo, uma ofensividade muito grande, para fazer com que as realizações de hoje, em nível nacional, colocando o governo Lula na condição de uma liderança mundial, atualmente, nós possamos estar fazendo que Santa Catarina resgate o seu papel, de ser um estado protagonista nas políticas públicas, porque não podemos continuar tendo um dos piores estados em saneamento básico, em tratamento de esgoto, como possuímos hoje. Isso é uma conseqüência de governos que não se preocuparam com o futuro do nosso povo, eles só se preocuparam com o presente, ou no máximo a sua reeleição.

Diego: Durante o período pré-eleitoral, os petistas vetaram qualquer tipo de aliança com o DEM, um dos principais adversários da agremiação no plano federal. Por que o partido não busca diálogo com os democratas visando acordos de parceria?

Fritsch: Os Democratas, principalmente o partido hoje, comandado em nível nacional pelo Jorge Bornhausen, foi o partido que conduziu a política desses últimos anos que causou o desastre econômico do Brasil. Nós já recorremos três, quatro vezes ao Fundo Monetário Internacional (F.M.I.) para salvar o Brasil, e eles quem se diziam competentes, que sabiam governar. Os problemas econômicos, a inflação, o não crescimento da economia, crescimento do emprego, o não investimento na infraestrutura, em habitação, tudo isso tem a marca dos governos deles, enquanto que o governo Lula é exatamente ao contrário, então, para que nós vamos associar, conversar com quem causou a tragédia do Brasil? Vamos estar junto com quem construiu esse projeto que apenas está começando, e com certeza a Dilma vai continuar, e depois nós vamos ter mais seis, sete anos, ou 10 anos na continuidade desse projeto, desta política e estratégia, que vai trazer os grandes benefícios para o Brasil, que eles, que governaram tantos anos, não conseguiram trazer e construir isso para o país. Construíram para alguns, mas não para todo o povo brasileiro, como hoje está acontecendo com o governo do presidente Lula.

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