Com a Copa do Mundo e a Olimpíada se aproximando, os olhos dos outros países têm se voltado para o Brasil. Diante das ondas de corrupção e negociatas no meio político, parte da opinião pública perdeu a credibilidade com o segmento, principalmente em torno das agremiações partidárias, cada vez menos programáticas e pensando apenas no espaço junto ao poder central e aos segundos de televisão.
Custo de vida caro, altas cargas de impostos, aliados aos problemas sociais, como na saúde, educação e segurança, fora os inúmeros casos de corrupção nos poderes executivo e legislativo, os elevados custos para construção de estádios e de uma estrutura para receber os dois principais eventos esportivos, despreocupados em investimento social e em melhorias para a sociedade, trabalham apenas em benefício próprio.
Os jogos panamericanos de 2007 demonstraram a falta de visão a longo prazo de nossos representantes políticos e esportivos, desmanchando o que foi feito para a disputa esportiva no continente e refazendo uma nova estrutura para receber as delegações de outros países, gerando um verdadeiro desperdício de dinheiro público para receber eventos da iniciativa privada. Se bem aproveitado, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos poderão trazer bons dividendos ao país, porém, a falta de maturidade política, disputas tacanhas entre legendas e dirigentes interessados apenas em autopromoção, jogam por terra a chance de elevar o patamar do país no cenário internacional.
Os custos tirados dos impostos pagos pelo povo sendo investidos em publicidade e em estrutura privada, atendendo a pequena parcela, vem gerando uma série de revoltas, espalhando-se pelo país. As manifestações populares ocorridas nas principais metrópoles, por conta das altas nas tarifas de passagens no transporte coletivo, impulsionaram uma série de protestos contra a corrupção, visando também melhorias sociais e na qualidade de vida da população. O refrão, cantado no comercial da Volkswagen, “vem pra rua, por que a rua é a maior arquibancada do Brasil”, ganha força nos grandes centros, mas em luta por uma sociedade mais justa, em movimentos apartidários.
No último sábado, no Festival Audiovisual do Mercosul, realizado desde 1997 em Florianópolis, após a exibição do documentário “Dossiê Jango”, no mesmo horário em que o Brasil superava o Japão pela Copa das Confederações, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, deposto por um golpe político, disse que “em 2014, não será apenas o ano da Copa no Brasil, mas também de uma grande reflexão”, lembrando os 50 anos da implantação da Ditadura Militar, período que o país ficou submetido a um regime de censura e manifestações contrárias ao poder público.
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